Em agosto, foi constatado que os beneficiários do Bolsa Família gastaram cerca de R$ 3 bilhões em apostas esportivas online via Pix, segundo um levantamento do Banco Central. Este montante representa aproximadamente 20% do valor total repassado pelo programa no mês. A popularidade das apostas entre esses beneficiários levanta preocupações sobre a gestão do orçamento familiar.
Dos mais de 20 milhões de beneficiários do programa, 5 milhões fizeram apostas no mês analisado. Em média, cada apostador gastou R$ 100. Um dado alarmante é que 70% desses apostadores são chefes de família, contribuindo com R$ 2 bilhões do total apostado.
O Banco Central identificou um total de R$ 21,1 bilhões em apostas via Pix no mês de agosto. Esse valor inclui todos os apostadores e empresas de apostas que puderam ser rastreadas através do sistema de pagamentos instantâneos. Esses números não consideram outros meios de pagamento, como cartões de débito ou crédito, indicando que os números reais podem ser ainda maiores.
Consequências
Especialistas alertam que, embora apostas possam ocasionalmente render prêmios, elas frequentemente resultam em perdas financeiras, o que pode comprometer o orçamento familiar, principalmente para famílias de baixa renda. Uma análise técnica revelou que 17% dos beneficiários do Bolsa Família estavam apostando, refletindo a vulnerabilidade financeira desse grupo.
Recentemente, o governo brasileiro proibiu o uso de cartões de crédito para apostas de alíquota fixa, que incluem apostas esportivas e jogos online, a partir de janeiro de 2025. Esse movimento tem como objetivo reduzir o risco de inadimplência. A Febraban defende que esse prazo seja adiantado, apontando o aumento do custo do crédito associado ao crescimento das apostas.
Além disso, foram implementadas restrições para pagamentos em dinheiro, boletos, cheques, criptoativos ou outras formas que dificultem a identificação da origem dos recursos. Apenas pagamentos via Pix, cartões de débito, TED e cartões pré-pagos serão permitidos.