Um estudo recente revelou o salário médio de CEOs (Chief Executive Officer) e membros do conselho de administração em empresas listadas na Bolsa de Valores. A análise indica que, apesar dos avanços em diversos setores, a representatividade feminina na posição mais alta das empresas ainda é bastante limitada.
Os dados foram coletados por meio de uma pesquisa elaborada pela consultoria Vila Nova Partners, que analisou o perfil de 84 CEOs e 775 posições em conselhos de administração. Esses números envolvem 83 empresas cujas ações estão listadas no Índice Bovespa da B3, representando a maior parte do volume negociado na Bolsa de Valores brasileira.
Remuneração de CEOs no Brasil
De acordo com a pesquisa, a remuneração média anual de um CEO no Brasil é de R$ 15,36 milhões, o que equivale a cerca de R$ 1,28 milhão por mês. Esse valor é quase três vezes maior do que o salário dos diretores das mesmas companhias. O setor da saúde se destaca, com o maior salário anual para CEOs, ultrapassando os R$ 29,31 milhões.
A pesquisa revelou que cerca de 46% dos CEOs possuem formação em engenharia. Além disso, estrangeiros e mulheres têm uma representatividade igual nos cargos de CEO, com uma participação de apenas 5% cada. A idade média dos CEOs é de 54,8 anos, com 45% deles na faixa etária entre 50 e 59 anos.
Remuneração dos executivos
A remuneração dos CEOs e membros do conselho de administração é composta por diferentes fatores além do salário fixo. Eles também recebem uma parte variável que pode incluir:
- Bônus
- Participação nos lucros
- Ações
- Quarentena (para evitar atuação em empresas concorrentes após saída)
Essa estrutura de remuneração resulta em cifras bastante elevadas, especialmente para os presidentes do conselho, que recebem, em média, R$ 377.419 mensais. Esse valor é quase cinco vezes maior do que o restante dos membros do conselho, cujo salário médio é de R$ 78.917 por mês.
Mulheres nos conselhos de administração
A representatividade feminina nos conselhos de administração ainda é um desafio. Segundo a pesquisa, 90,4% dos conselhos têm pelo menos uma mulher, uma queda em comparação aos 91,6% observados em 2023. Apenas 22,9% dos conselhos têm três ou mais mulheres.
A distribuição setorial mostra que a indústria é o setor com maior presença feminina nos conselhos, enquanto o setor de saúde apresenta a menor representatividade de mulheres. Em termos de idade, a maioria dos membros dos conselhos são mais velhos do que os CEOs. Cerca de 19% dos conselheiros têm mais de 70 anos, em contraste com apenas 2% que têm menos de 40 anos.