Na última terça-feira (27), Sandoval Feitosa, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), disse que a seca é um dos principais motivos de preocupação do órgão regulador, visto que isso impacta diretamente os níveis dos reservatórios do Brasil. Consequentemente, a conta de luz pode ficar mais cara para os brasileiros.
No entanto, ele nega uma definição prévia sobre a bandeira tarifária para setembro, que será divulgada na próxima sexta-feira (30). No que diz respeito ao aumento das queimadas, Feitosa comentou que, até o momento, as linhas de transmissão estão em estado de segurança.
Medidas tomadas para controlar o cenário
De acordo com o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estadão, em julho deste ano, a Aneel precisou retirar recursos da fiscalização para evitar uma paralisação do sistema que monitora as principais linhas de transmissão do país — Sistema de Gestão Geoespacializada da Transmissão (GGT), principal instrumento para prevenção de queimadas nesses pontos.
A infraestrutura da rede elétrica passa por biomas que, nos dias de hoje, estão sendo afetados pelo fogo. Atualmente, o GGT monitora 102 linhas de transmissão espalhadas em terras brasileiras, com 43 mil quilômetros em linhas de transmissão.
“Essas linhas de transmissão, que são as estratégicas e que são monitoradas, não acompanham a tendência de queimadas. Nós temos a segurança, até o momento, essa supervisão tem trazido segurança para a operação das linhas“, disse o diretor-geral.
Bandeira amarela em setembro
Em outra frente, há diversos rumores no setor sobre a definição de bandeira amarela na conta de luz em setembro, por conta da queda no nível dos reservatórios com a seca em todo território nacional. Como mencionado há pouco, Feitosa negou uma prévia definição, mas reconheceu que o cenário climático de seca é sempre motivo de preocupação.
“A seca preocupa com o que se refere à redução dos níveis dos nossos reservatórios e também com relação à confiabilidade das linhas de transmissão, mas neste momento nós temos tido êxito na confiabilidade das linhas de transmissão“, pontuou.
Como funcionam as bandeiras tarifárias de energia elétrica?
Pelo fato da matriz energética ser composta por diferentes tipos de usinas, que trazem preços distintos de produção, foram criadas as bandeiras tarifárias para sinalizar ao consumidor os meses em que a geração está mais cara e, por conta disso, devemos ficar mais atentos ao nosso uso e evitar desperdícios.
- 1. Bandeira Verde: não gera nenhum acréscimo no valor da conta de luz, pois reflete as condições mais favoráveis para geração de energia;
- 2. Bandeira Amarela: representa condições um pouco menos favoráveis, e traz um acréscimo de R$ 0,01343 a cada quillowatt-hora (kWh) consumido;
- 3. Bandeira Vermelha: é acionada em condições mais custosas de geração, e apresenta dois patamares distintos. O primeiro com um acréscimo de R$ 0,04169 para cada kWh, enquanto o segundo representa o pior cenário, com o acréscimo da tarifa subindo para R$ 0,06243 por kWh.