A NASA, agência espacial dos Estados Unidos, se mostrou entusiasmada com uma nova descoberta feita pelo rover Perseverance em Marte, visto que ela pode representar uma potencial bioassinatura. A rocha, batizada de Cheyava Falls, possui características que indicam a possível presença de micro-organismos marcianos fossilizados. Por conta disso, o achado é considerado o mais promissor até o momento na busca por sinais de vida no planeta vermelho.
Os cientistas acreditam que a rocha, que foi perfurada e armazenada pelo Perseverance, possa fornecer respostas sobre a existência de vida em Marte quando trazida de volta à Terra pra análise mais aprofundada. Dentro da rocha, foram detectados compostos orgânicos e veias de sulfato de cálcio, ambos indicativos de condições que poderiam suportar vida. A presença de manchas e anéis pretos contendo fosfato de ferro também chama a atenção dos pesquisadores.
Apesar dos instrumentos do rover não permitirem uma confirmação definitiva, a expectativa é alta para que as amostras coletadas sejam estudadas em laboratórios do nosso planeta com tecnologia avançada. No entanto, a missão de retorno dessas amostras enfrenta grandes desafios de desenvolvimento e custos, mas a NASA continua a explorar soluções para acelerar o processo.
Água o suficiente para inundar todo o planeta
Em um estudo publicado nesta semana, cientistas revelaram a existência de um reservatório de água em Marte com quantidade suficiente para inundar o planeta inteiro. A descoberta só foi possível após análises dos dados sísmicos coletados pela sonda InSight, lançada em 2018 pela NASA.
Apesar da agência estadunidense ter encerrado a missão em 2022, durante os quatro anos de empreitada, a sonda coletou dados sobre a crosta, o manto e atmosfera de Marte, bem como mais de 1.300 terremotos no planeta vermelho. Os pesquisadores analisaram esses tremores e o movimento de Marte, revelando “sinais sísmicos” que apontavam para a presença de água em estado líquido.
Posteriormente, ao medir a velocidade das ondas sísmicas dos terremotos de Marte, os cientistas conseguiram descobrir quais substâncias devem existir debaixo da superfície do planeta vizinho. “Aliás, essas são as mesmas técnicas que usamos para detectar água na Terra, ou procurar por petróleo e gás natural“, explicou Michael Manga, professor da Universidade de Berkley e co-autor do estudo.
Dessa forma, os pesquisadores localizaram um reservatório de água entre 11,5 e 20 quilômetros abaixo da superfície de Marte, armazenada em rachaduras e poros de rochas. Para se ter uma ideia, se a água fosse espalhada pela superfície, poderia cobrir todo o planeta a uma profundidade entre 1 e 2 quilômetros.
Dificuldade de acesso
No entanto, segundo os cientistas, é pouco provável que esse reservatório de água seja facilmente acessível aos humanos em futuras explorações no planeta. Porém, a presença de água em tal profundidade fornece novas possibilidades para a busca de vida em Marte. “Compreender o ciclo da água de Marte é essencial para entender a evolução do clima, da superfície e interior do planeta“, disse Vashan Wright, principal pesquisador do estudo.