Conheça a cidade brasileira construída em cima de antigo vulcão

A cidade de Ribeirão Preto, localizada no interior de São Paulo, virou alvo de grandes debates nas redes sociais. Isso porque moradores do bairro Jardim Porto Seguro recentemente notaram fumaça saindo do solo, gerando diversos rumores sobre um possível vulcão adormecido.

Como é de se imaginar, as teorias se espalharam rapidamente na internet, com vídeos e artigos surgindo por todo canto que um vulcão está prestes a despertar. Entretanto, especialistas em geofísica e ciência prontamente desmentiram as especulações alarmistas.

De onde surgiu a informação de um suposto vulcão em Ribeirão Preto?

O geofísico e influenciador, Sérgio Sacani, popularmente conhecido como “Serjão Foguetes”, esclareceu em suas redes sociais que a cidade está sobre um vulcão extinto há milhões de anos. Contudo, esse vulcão, que existiu há cerca de 130 milhões de anos, já não apresenta mais risco de erupção. O especialista ainda destaca que o vulcão esgotou seu magma e não possui mais atividade. Além disso, a ideia de que Ribeirão Preto está na cratera de um vulcão é incorreta.

Portanto, a fumaça vista no Jardim Porto Seguro tem outra explicação: ainda de acordo com Sacani, a combustão espontânea de matéria orgânica acumulada no subsolo é a causa mais provável. Ou seja, esse fenômeno acontece quando gases inflamáveis se formam por conta da decomposição do material orgânico, gerando fumaça. Logo, a presença de fumaça não indica atividade vulcânica.

Vale destacar que a existência de um vulcão em Ribeirão Preto não é lá uma novidade, pois há milhões de anos a atividade vulcânica era mais intensa devido às condições geológicas da Terra. As placas tectônicas, em constante movimento, criavam áreas de grande atividade vulcânica. Entretanto, com o passar do tempo, muitos desses vulcões se extinguiram conforme o magma se esgotava e as placas se estabilizavam.

Ausência dos vulcões nos dias de hoje

Atualmente, o nosso planeta possui menos vulcões ativos se compararmos com o passado. O resfriamento gradual da Terra e a redução da atividade tectônica contribuem para esse fenômeno. Em outras palavras, ao longo do tempo, muitos vulcões se tornaram extintos ou adormecidos, diminuindo os riscos de novas erupções. No caso de Ribeirão Preto, o vulcão que outrora existiu já se extinguiu há milhões de anos, eliminando qualquer possibilidade de atividade no futuro.

A polêmica em torno da fumaça na cidade do interior de São Paulo ressalta a importância da ciência e da informação precisa. Apesar da internet estar recheada de teorias alarmantes, ouvir especialistas como Sacani pode esclarecer a situação. Lembrando que a combustão espontânea foi a responsável pela fumaça no solo do bairro Jardim Porto Seguro, e não um vulcão em atividade.

Tipos de vulcões

A título de curiosidade, cada vulcão possui uma particularidade conforme o seu grau de atividade. Contudo, a divisão dos vulcões baseada neste critério é questionável, visto que não é possível prever, com precisão, que um vulcão não entre em ação. Dito isso, veja como cada um é classificado:

• 1. Ativos: que estão instáveis e em constante atividade vulcânica, expelindo gases, lavas ou fluxos piroclásticos;
• 2. Inativos (extintos): que não entram em erupção há determinado tempo e que, de acordo com previsões dos vulcanólogos, não entrarão tão cedo;
• 3. Dormentes: que não estão em atividade vulcânica, mas que, a qualquer momento, podem demonstrar sinais de atividade.