Na última edição do Ranking Internacional de Custo de Vida, realizado pela consultoria global Mercer, foi possível notar a presença de cinco capitais brasileiras no meio de 227 localidades de todo o mundo. A lista em questão elenca as cidades mais caras para se morar.
Falando especificamente sobre os municípios brasileiros, São Paulo figura como a cidade mais cara do país e a 124ª mais cara do planeta, tendo subido 28 posições em comparação com a classificação do ano passado. Na sequência, temos o Rio de Janeiro, a 150ª com maior custo de vida, além de Brasília, Manaus e Belo Horizonte, que ficaram em 179º, 182º e 185º lugar, respectivamente.
Dentre as cinco capitais brasileiras presentes no ranking, São Paulo foi a que mais encareceu o custo de vida, enquanto a que registrou a menor guinada nessa questão foi Brasília, que subiu nove posições na lista de 2024. Já no âmbito global, Hong Kong foi considerada a localidade mais custosa para se morar, seguida por Singapura e quatro cidades suíças: Zurique, Genebra, Basileia e Berna.
Afinal de contas, o que é custo de vida?
O custo de vida, em linhas gerais, representa o valor total gasto em itens vitais para o padrão de vida de uma pessoa. Ele é usado como indicador econômico, mostrando quanto alguém precisará gastar para viver em uma certa cidade, levando em conta bens e serviços.
A métrica é relevante para quem pensa em se mudar, seja para outro país como expatriado ou para turismo, buscando cidades mais acessíveis. Apesar do custo de vida sozinho forneça uma visão mais simples das condições de vida, ao analisá-lo com cautela, junto com fatores como a média salarial, é possível ter uma boa noção do poder de compra no local onde vive.
Vale destacar que não existe regra para determinar quais produtos e serviços entrarão no cálculo, qual será a periodicidade, o estrato social, a fórmula, entre outros. Isso porque cada localidade possui sua própria metodologia e critérios na hora de formular os índices.
Critérios para estabelecer o custo de vida
Em terras brasileiras, o Índice de Custo de Vida (ICV) figura como uma das pesquisas mais conhecidas com esse propósito, sendo calculado mensalmente desde 1959 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE) na cidade de São Paulo. O relatório utiliza uma metodologia que categoriza os gastos em grupos e subgrupos, incluindo:
- 1. Alimentação
- Produtos in-natura e semi-elaborados;
- Indústria da alimentação;
- Alimentação fora do domicílio.
- 2. Habitação
- Locação, impostos e condomínio;
- Operação do domicílio;
- Conservação do domicílio.
- 3. Equipamentos domésticos
- Eletrodomésticos;
- Utensílios domésticos;
- Móveis;
- Rouparia.
- 4. Transporte
- Individual;
- Coletivo.
- 5. Vestuário
- Roupas;
- Calçados.
- 6. Educação e leitura
- Educação;
- Leitura.
- 7. Saúde
- Assistência médica;
- Medicamentos e produtos farmacêuticos.
- 8. Recreação
- Produtos;
- Serviços.
- 9. Despesas pessoais
- Higiene e beleza;
- Fumo e acessórios.
De acordo com o DIEESE, o método adotado foi pensado para “relacionar o comportamento dos preços, no mercado consumidor, como os diferentes setores produtivos da economia“. Por exemplo: na parte da alimentação, os produtos in-natura dão um cenário do setor agrícola e os demais subgrupos mostram o setor da indústria e de serviços alimentícios.