Uma nova pesquisa publicada recentemente na revista “Nature” trouxe novas previsões relacionadas ao destino da Terra. De acordo com a investigação, realizada pelo Laboratório de Meteorologia Dinâmica da França, estima-se que os oceanos do nosso planeta podem desaparecer completamente em cerca de um bilhão de anos, devido ao aumento gradual da luminosidade do Sol.
A equipe de cientistas, ligada ao Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS), esclarece que este fenômeno futuro não está ligado ao aquecimento global causado por intervenções humanas. A pesquisa aponta que, à medida que o Sol evolui, sua luminosidade tende a aumentar, causando intensos efeitos climáticos na Terra.
Como a luminosidade solar afeta os oceanos da Terra
Aumentos na luminosidade solar influenciam diretamente a vida no planeta Terra. O estudo indica que, nos próximos bilhões de anos, o incremento constante dessa luminosidade elevará o fluxo solar médio de 341 W/m² para 375 W/m². Este crescimento provocará um aquecimento global contínuo, onde os oceanos começarão a ferver, intensificando o efeito estufa e transformando a Terra em um local inóspito para a vida, assemelhando-se gradativamente ao ambiente de Vênus.
Em comparação com pesquisas anteriores, que indicavam a possibilidade de a Terra tornar-se um planeta semelhante a Vênus em apenas 150 milhões de anos, o novo estudo traz um cenário mais demorado. Os aprimoramentos nos modelos usados pelos cientistas permitiram entender que o processo de transformação da Terra em um ambiente semelhante ao de Vênus está previsto para um prazo significativamente mais longo.
“Zona Habitável” de estrelas semelhantes ao Sol
Além do destino dos oceanos, os cientistas franceses avaliaram a chamada “zona habitável” ao redor de estrelas semelhantes ao Sol. Esta é uma faixa onde as condições permitem que planetas se mantenham habitáveis sem perder significativamente sua água superficial pelo aquecimento solar. Este estudo revela que um planeta pode se manter dentro dessa habitabilidade até aproximadamente 0,95 unidades astronômicas de sua estrela antes de começar a perder suas reservas hídricas.
Estas observações não apenas contextualizam o destino geológico e astronômico da Terra, mas também ajudam a compreender melhor como estrelas semelhantes ao Sol podem influenciar a viabilidade de vida em outros planetas potencialmente habitáveis.