Desde o seu lançamento em terras brasileiras, o PIX, sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC), tem enfrentado uma série de desafios por conta de operações fraudulentas. Diante deste cenário, a autarquia monetária passou a realizar mudanças em seus protocolos de segurança. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) junto ao BC revelaram planos para revisões significativas no Mecanismo Especial de Devolução (MED), uma ferramenta desenvolvida para proteger os consumidores de golpes.
Em 2021, ano de sua criação, o MED foi acionado em mais de 1,5 milhão de ocasiões apenas em 2022, com um aumento para 2,5 milhões no ano passado. Nos primeiros meses de 2024, mais de 1,6 milhão de pedidos de devolução já foram computados, marcando um crescente interesse por parte dos usuários em se proteger contra fraudes.
Importância do MED e sua influência no PIX
Em linhas gerais, o MED nada mais é do que uma iniciativa do BC que permite aos usuários do PIX pedir a devolução de valores transferidos em caso de fraude. Essa operação é possível ser realizada em até 80 dias após a movimentação fraudulenta. Uma vez que o golpe é reportado à autarquia monetária, os montantes são imediatamente bloqueados na conta do destinatário para investigação.
Aumento no número de golpes via PIX
De acordo com a Asaas, instituição financeira que possui vínculos com o BC, o PIX tornou-se a ferramenta favorita dos golpistas, ultrapassando métodos como cartões de crédito e boletos bancários. Na investigação mais recente, que avaliou mais de meio milhão de transações, cerca de 71% das fraudes foram realizadas por meio de transferência instantânea, com golpes financeiros rápidos sendo praticados antes que as vítimas ou bancos pudessem reagir adequadamente.
Novo modelo MED
Para implementar uma camada extra de proteção, a Febraban sugere o MED 2.0 como uma forma aprimorada de combater as fraudes, permitindo o bloqueio de recursos não apenas na conta inicial que recebeu o dinheiro, mas em todas as contas subsequentes onde a quantia possa ter sido transferida. O modelo em questão visa mitigar os riscos de perdas financeiras para os usuários e acelerar a recuperação dos valores obtidos ilicitamente.
Cabe destacar que o desenvolvimento do MED 2.0 está programado para a segunda metade deste ano, com expectativa de que sua implementação completa ocorra até o final de 2025. Esta atualização é vista como um passo fundamental para reforçar a segurança no ecossistema de pagamentos digitais do país.
Apesar do PIX figurar como uma ferramenta extremamente conveniente e estar integrado no cotidiano dos cidadãos brasileiros, a corrida pela segurança digital segue a todo vapor. As novas medidas propostas têm como objetivo transformar os processos de devolução mais eficazes, assegurando que menos pessoas sejam prejudicadas por operações fraudulentas e deixando o sistema de pagamentos instantâneos mais robusto e confiável.
Todavia, enquanto o MED 2.0 não sai do papel, fique atento a qualquer movimentação estranha, especialmente aquelas onde um PIX é solicitado. Neste caso, sempre investigue e confirme o pedido com o destinatário, evitando eventuais problemas e, consequentemente, passando longe de golpes.