Recentemente, o Itaú perdeu o posto de maior banco em valor de mercado em terras brasileiras, sendo ultrapassado pelo Nubank. Com a alta da última terça-feira (28) de 3,84% em Nova York, a fintech, enfim, passou a sua concorrente. Com isso, o valor de mercado do banco digital somou R$ 297 bilhões, enquanto o do Itaú ficou em R$ 288 bilhões, segundo os dados revelados pela Elos Ayta Consultoria.
Desde a semana passada, o Nubank e o Itaú vêm disputando a primeira colocação. E não para por aí: a alta do roxinho também fez com que o papel ultrapassasse a Vale. Neste ano, as ações da Nu Holdings acumulam uma alta de 40,82%, contra desvalorização de 2,70% das ações do Itaú.
Motivo da disparada
De acordo com a XP Investimentos, a fintech, que já ultrapassou os 10 anos de história no mercado financeiro, tem apresentado taxas de crescimento substancialmente maiores que as do Itaú. “Embora no primeiro trimestre, em nossa visão, o Itaú tenha reportado números mais sólidos que o rival digital, em relação ao crescimento o ‘roxinho’ o superou”, destacou a XP.
Além disso, o Itaú já atua em diversos países da América Latina, mas o Brasil segue sendo a principal operação do grupo. “Mesmo que o Nubank esteja ainda muito exposto ao mercado brasileiro, seus controladores têm afirmado que o crescimento no México é a prioridade de 2024. Com isso, os investidores estimam que a oportunidade neste país seja pelo menos semelhante à do Brasil“, relembrou.
Mesmo assim, os analistas da XP lembram que a capitalização de mercado reflete o preço das ações e não necessariamente o valor das companhias bancárias. “Embora concordemos que a tese de crescimento e alavancagem operacional do Nu tenha se provado, o banco negocia a múltiplos bastante elevados quando comparamos com outros bancos. Já para o Itaú, vemos o banco negociando em linha com os pares, mas com algum desconto em relação à média histórica“, explicaram os especialistas.
O céu é o limite para o Nubank
Já o Itaú BBA reforçou, em relatório divulgado na última segunda-feira (27), a recomendação outperform (equivalente à compra) para as ações do Nubank, que segue aumentando o crédito por cliente em ritmo acelerado. A fintech é uma das principais escolhas do BBA no segmento financeiro brasileiro.
“Ao expandir as ofertas de produtos, a elegibilidade dos clientes e/ou aumentar o limite, o Nubank monetiza mais e ganha supremacia entre os brasileiros de média e alta renda em sua base“, avaliam Pedro Leduc, Mateus Raffaeli e William Barranjard.
Os três especialistas destacaram que o sucesso nessa estratégia é fundamental para os lucros e para a história de longo prazo da companhia. “Durante esse processo, é natural que as provisões aumentem primeiro [como observado no primeiro trimestre de 2024], e as receitas posteriormente”, afirmam.
Além disso, os analistas ressaltam que as métricas de crédito subjacentes permanecem saudáveis e os indicadores macroeconômicos são favoráveis. Com isso, preveem que a carteira de maior risco impulsione o crescimento dos lucros nos próximos trimestres.
O Itaú BBA reitera sua visão otimista para o Nubank. O preço-alvo para o final de deste ano indicado para as ações é de US$ 13. “Vemos as ações negociadas a 24x preço/lucro de US$ 2,1 bilhões esperado para 2024 e 15x do projetado para 2025, oferecendo uma combinação atraente de crescimento/avaliação”, pontuaram.