As demissões por justa causa no Brasil estão em uma curva ascendente preocupante. Iniciando 2024 com números recordes, esta modalidade de desligamento apresentou uma alta significativa, chegando a 39.511 ocorrências em janeiro, conforme apontam dados da LCA Consultores. Este aumento não é um fenômeno isolado, mas parte de uma série de transformações no mercado de trabalho, intensificadas por fatores como a pandemia, que reconfigurou relações interpessoais e aumentou tensões no ambiente laboral.
A pandemia trouxe uma onda de ansiedade e irritabilidade que exacerbou conflitos nas relações de trabalho, culminando muitas vezes em demissões por justa causa. Estas, por sua vez, são aplicadas em casos de violações graves do contrato de trabalho, como furto e assédio, liberando o empregador de certas obrigações trabalhistas.
Veja os principais fatores que levam à demissão por justa causa:
- Furto
- Assédio moral ou sexual
- Insubordinação grave
- Conduta imprópria ou desonesta
- Condenações criminais que afetam o emprego
O impacto do “quiet quitting” no ambiente corporativo
A tendência conhecida como “quiet quitting”, onde o empregado limita-se a cumprir estritamente suas obrigações contratuais, tem sido associada com a renovação das expectativas da geração Z em relação ao trabalho. Essa postura pode gerar frustrações e desajustes nas expectativas entre empregadores e empregados, incrementando o número de demissões por justa causa.
A situação desafia tanto trabalhadores quanto gestores a buscar um equilíbrio mais saudável e produtivo no ambiente de trabalho, calibrando objetivos e métodos para lidar com o capital humano de maneira que evite conflitos e demissões drásticas.
Especialistas acreditam que, apesar do pico atual, haverá uma redução geral nas demissões por justa causa ao longo do ano. No entanto, alertam para um possível novo aumento no fim do ano, período em que as tensões no ambiente de trabalho costumam ser mais agudas.