750 lojas de gigantes do varejo serão fechadas ainda em 2024

Mais de 35 mil trabalhadores devem ser demitidos com o fechamento das unidades

Recentemente, gigantes do segmento varejista anunciaram o fechamento de 750 lojas, o que pode resultar na demissão de 35 mil trabalhadores. Dentre as companhias em crise estão a Americanas, o Grupo Dia, a Marisa, o Carrefour e a Casas Bahia.

Com o encerramento das operações de centenas de lojas da rede Dia, por exemplo, pelo menos 3,5 mil funcionários perderam seu emprego. Atualmente com 5,5 mil empregados, a rede de supermercados deve manter apenas 2 mil colaboradores depois de sua reestruturação. Ao todo, 350 lojas serão afetadas.

No caso do Carrefour, que apresentou um prejuízo de R$ 565 milhões, vai fechar 123 estabelecimentos, entre hipermercados e lojas da rede Todo Dia. A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) estima que pelo menos 12,5 mil pessoas sejam impactadas pela onda de demissões.

Crise no varejo: Marisa e Americanas seguem em baixa

Outra grande varejista em crise financeira é a Marisa, focada em moda e acessórios. No ano passado, por exemplo, a companhia fechou 91 unidades de sua rede. Ao que tudo indica, 2 mil funcionários devem perder seus empregos com a decisão.

A Americanas também tem enfrentado problemas, que resultaram na demissão de milhares de trabalhadores. Pelo menos 152 lojas foram fechadas nos últimos meses e, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, o número de funcionários desligados ultrapassou os 7 mil.

Por fim, temos a Casas Bahia, outra gigante do varejo que passa por uma crise intensa. Entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, a companhia demitiu 8,6 mil colaboradores. A empresa informou que fechou pontos de venda deficitários ou com margens negativas.

Cenário alarmante para as varejistas

Na visão do presidente da SBVC, Eduardo Terra, os motivos que levaram ao fechamento de centenas de lojas são variados. No decorrer dos últimos anos, as companhias destacadas na matéria sofreram com a pandemia de COVID-19, com o avanço da inflação e com a restrição ao crédito a partir do aumento das taxas de juros.

Em entrevista concedida ao portal Metrópoles, Terra comentou que o inimigo comum das grandes redes de varejo é o crescimento do modelo de “atacarejo” no Brasil. Este último mistura atacado com varejo em apenas uma loja.

Não por acaso, o Carrefour, embora tenha divulgado fechamento de 123 unidades da sua rede de supermercados, também anunciou a abertura de 10 a 12 lojas do Atacadão e entre sete e nove do Sam’s Clube em terras brasileiras.

Definição de atacarejo

Para quem não está familiarizado com o termo, ele serve para designar um modelo de negócio que reúne características tanto do atacado quanto do varejo — com a junção das palavras formando “atacarejo”. Em linhas gerais, a modalidade híbrida de comércio une conceitos de atacado e varejo, trazendo benefícios de ambas as formas para o seu consumidor.

Por conta disso, o público acaba sendo mais amplo. Pessoas físicas e pessoas jurídicas compram dentro desses estabelecimentos. O formato, ainda, também leva o nome de “atacado de autosserviço”. Ao definir um atacarejo, podemos destacar pontos como uma estrutura mais enxuta, um maior volume de vendas e, principalmente, preços diferenciados.

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