Fim do dinheiro em papel? Saiba como vai funcionar a moeda Drex

O Real Digital promete revolucionar o sistema financeiro do Brasil; confira os detalhes divulgados pelo Banco Central

Com o período de testes marcado para o meio deste ano, o Drex traz consigo uma série de questionamentos sobre o seu funcionamento e sobre a influência da Central Bank Digital Currency (CBDC) — moeda digital do Banco Central, em tradução livre — na economia brasileira. Um dos principais receios é de que o papel-moeda chegue ao fim.

Por mais que o Real Digital seja uma tecnologia desenvolvida para facilitar as transações financeiras do cotidiano, o brasileiro ainda utiliza, e muito, o dinheiro físico em diferentes circunstâncias. Todavia, a vindoura novidade, com o passar do tempo, deve acabar caindo no gosto dos cidadãos.

Cenário atual

Na pesquisa realizada pela TecBan e publicada pelo Datafolha sobre a relação dos brasileiros conectados à internet com serviços financeiros, foi possível observar que, para 34% das pessoas, a principal razão para recorrer ao uso de caixas eletrônicos é o fato de elas receberem os salários em dinheiro e pagarem as contas por meio de depósitos. Trata-se de uma parcela considerável da população que faz o dinheiro circular, desde o recebimento até as compras no comércio e o pagamento das contas.

Diante deste cenário, fica um pouco mais fácil de entender o motivo do receio. No entanto, por mais compreensível que seja essa preocupação, ela não passa de um mito. Vale lembrar que esse tipo de tecnologia, em um mundo cada vez mais digitalizado, é de suma importância para a evolução financeira.

Drex será exclusivamente digital

O Real Digital será uma extensão das tradicionais cédulas, com a única diferença de que será transacionado exclusivamente no ambiente digital. O cliente, seja pessoa física ou jurídica, poderá depositar a quantia que desejar em uma carteira virtual e ter convertida a moeda física em Drex, na taxa de R$ 1 para 1 Drex, sem sofrer qualquer alteração.

A integração entre físico e digital é tão evidente que as próprias especulações por parte de uma parcela do mercado especializado sobre a desintermediação dos bancos e a substituição de ações no mercado imobiliário também perdem força.

É importante ter em mente que todas as operações envolvendo o Drex continuarão sendo feitas entre bancos e instituições financeiras, assim como o fracionamento e a transferência de propriedade, práticas comuns no mercado, seguirão existindo e poderão ser transacionadas com a moeda no ambiente virtual.

Afinal de contas, o Drex é uma criptomoeda?

Indo direto ao ponto, não. Uma vez que o Drex será regularizado pelo BC, diferentemente das moedas digitais, que não são emitidas por autoridades monetárias. Por conta disso, uma das maiores vantagens do Real Digital é a segurança.

Ela virá na esteira da tokenização, que nada mais é do que a conversão de ativo real em ativo digital. As transações passarão a ser realizadas por meio da programação, o que será possível com a intermediação de contratos inteligentes. Em suma, isso quer dizer que, com a emissão desses ativos, será possível fazer o pagamento de bens específicos e que essa transação com a moeda digital poderá ter prazo de validade.

Ou seja, quem receber o pagamento via Drex poderá converter esse valor em papel-moeda quando bem entender. Podemos pegar como exemplo a “programabilidade” da CBDC brasileira, levando em conta o pagamento de benefícios trabalhistas sociais, como o vale-transporte e os programas de transferência de renda.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.