Gigantes do varejo fecham mais de 750 lojas durante crise

Confira quais foram as companhias que mais fecharam lojas em 2024

A rede espanhola de supermercado Dia lidera o ranking de companhias do varejo que anunciaram grandes fechamentos de lojas em terras brasileiras. Na semanada passada, o grupo informou que encerrará a atividade de 343 unidades e três centros de distribuição (CDs) no país. O número equivale ao dobro dos 159 pontos de venda fechados pela Americanas, que vive uma grave crise desde janeiro do ano passado.

Além das duas empresas, outras gigantes do varejo nacional também promoveram, ou informaram que vão promover, uma forte redução de suas estruturas físicas. Podemos pegar como exemplo o Carrefrour (123 estabelecimentos), a Lojas Marisa (89 unidades) e a Casas Bahia (38 locais, até o terceiro trimestre do ano passado). Confira o ranking completo:

  • 1. Rede Dia: 343 unidades fechadas;
  • 2. Americanas: 159 unidades fechadas;
  • 3. Carrefour: 123 unidades fechadas;
  • 4. Marisa: 89 unidades fechadas;
  • 5. Casas Bahia: 38 unidades fechadas.

Apesar de todas as companhias elencadas façam parte do mesmo setor (varejo) e tenham enfrentado problemas parecidos nos últimos anos — como a pandemia de COVID-19, seguida por um surto inflacionário, aperto monetário e avanço da inadimplência —, o fechamento em massa das loja ocorre por inúmeros motivos.

Na visão de Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), no caso dos supermercados, um entrave comum para o bom resultado positivo das redes tradicionais foi o crescimento do atacarejo.

Cenário atual do atacarejo

Segundo o relatório divulgado pelo BTG Pactual em fevereiro deste ano, esse misto de atacado com varejo num só ponto de venda aumentou a penetração entre os consumidores brasileiros de 62% para 73% entre 2019 e 2023. Atualmente, ele alcança cerca de três quartos dos domicílios.

Ainda segundo Terra, no caso da rede Dia, o grupo enfrentou problemas muito mais específicos. Para o especialista, no Brasil, a marca passou por diversas mudanças de comando e tentou adotar vários formatos, o que inclui lojas próprias, franquias e o modelo original da Espanha, focando em preços baixos. “Além disso, o varejo alimentar brasileiro exige uma regionalização, tanto de perecíveis como de marcas, e o Dia não conseguiu fazer esse trabalho“, observou (via Metrópoles).

Recuperação judicial em curso

Na última quinta-feira (21), a rede de supermercados espanhola entrou com um pedido de recuperação judicial em terras brasileiras, diante do que chamou de “persistentes resultados negativos”, depois de atuar por 23 anos no Brasil. A dívida da empresa é estimada em R$ 1 bilhão. No dia seguinte, sexta-feira (22), a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo aceitou a solicitação.

Já os problemas fiscais e internos envolvendo a Americanas tornaram-se públicos em janeiro de 2023, após a divulgação de uma fraude contábil estimada em R$ 25,2 bilhões. A novidade é que aumentou o total de unidades fechadas, de acordo com o último relatório da empresa, divulgado ao mercado na quinta-feira (21).

No início da crise, deflagrada na segunda de janeiro de 2023, a rede tinha 1.880 pontos de venda. Agora, esse número é de 1.721 — em fevereiro, havia ficado em 1.748. Em um ano e dois meses, portanto, foram encerradas as atividades de 159 pontos de vendas.

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