ChatGPT foi aliado de brasileiro aprovado em cinco concursos; entenda

Aos 23 anos de idade, o tabelião Victor Volpe Fogolin foi aprovado em cinco concursos de cartório. As aprovações foram possíveis com ajuda do ChatGPT, a inteligência artificial (IA) desenvolvida pelo OpenAI. Segundo o jovem, a ferramenta foi usada para complementar os estudos.

A IA mais famosa do mundo ajudou Victor desde a simulação de questões para as etapas objetiva e oral até a tradução de termos jurídicos. Em entrevista concedida ao portal G1, da Globo, o tabelião explicou que sua principal estratégia com o ChatGPT não era fazer perguntas diretas ao chatbot e sim ensiná-lo a partir de resumos que ele mesmo elaborou.

Bem como outras ferramentas alimentadas por IA, o ChatGPT tem uma linguagem que se aprimora com o treino a partir de uma sucessão de tarefas. Em outras palavras, quanto mais a plataforma é utilizada, mais ela aprende, abrindo margem para executar uma infinidade de tarefas.

Cuidados ao utilizar o ChatGPT

Segundo o professor de Informática do Qconcursos, João Paulo Orso, não é aconselhável confiar plenamente na IA como única fonte de informação e até de preparação para concursos.

“A ferramenta é ‘ensinada’, isto é, alimentada com informações pelos próprios usuários, deste modo, como já demonstrado em outras ferramentas similares, é possível levar a IA a apresentar respostas tendenciosas aos dados que lhe foram apresentados em detrimento aos dados ausentes à IA“, explica o educador.

Para Orso, a grande questão é ter um filtro e usar a IA da melhor forma possível. Como, por exemplo, facilitar o trabalho recorrente e possibilitar que o estudante foque em atividades que exigem mais da capacidade humana de trabalho e pensamento.

Método de estudo utilizado pelo concurseiro

O aprovado nos cinco concursos revelou seis formas de como o ChatGPT lhe ajudou nos estudos para as seletivas. Confira-as abaixo:

• 1. Treino para a prova oral;
• 2. Ajuda com questões objetivas;
• 3. Sugestões de artigos;
• 4. Tradução de conteúdos difíceis;
• 5. Resumo de casos;
• 6. Criatividade para redação.

Demais detalhes sobre a linha de estudo

• Treino para prova oral: entre as usabilidades do ChatGPT no estudo para concursos, Victor destacou a ideia de transformar a ferramenta em um examinador de prova oral. Para isso, ele copiava os resumos que tinha produzido e enviava para a ferramenta com o seguinte comando: “ChatGPT, aprenda isso”.

• Ajuda com questões objetivas: Victor também usou a IA da OpenAI para ajudar com questões objetivas dos concursos. Ele enviava resumos e artigos de lei à ferramenta e pedia para que criasse as questões.

• Sugestões de artigos: outra maneira encontrada por Victor foi usar o ChatGPT para identificar artigos de temas específicos que tinha que estudar.

• Tradução de conteúdos difíceis: o concurseiro ainda usou o ChatGPT com a tradução de conteúdos difíceis em termos mais simples. “No direito, tem termos que ninguém entende, nem mesmo quem estudou há anos. Então, eu jogava a frase para o ChatGPT e dava o comando: ‘Explique isso em palavras simples, para um leigo’“, disse Victor ao G1.

• Resumo de casos: a versão paga do ChatGPT, com mais recursos, também foi usada por Victor na preparação dos concursos. Neste caso, ele pedia ao chatbot que fizesse um resumo de casos jurídicos grandes com 100 ou 200 páginas.

• Criatividade para redação: por fim, o tabelião pediu auxílio ao ChatGPT para treinar para a prova de redação, por meio de ideias de introduções e conclusões criativas.