O julgamento do principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, Christian Brueckner, – em um caso envolvendo acusações de abuso sexual, não relacionados à criança britânica desaparecida – foi suspenso momentos após a abertura, nesta sexta-feira (16), a pedido da defesa do suspeito, que acusou a juíza leiga do caso de ser tendenciosa, citando publicações nas redes sociais.
A defesa de Brueckner argumenta que algumas publicações da juíza nas redes sociais mostram seu posicionamento contra o acusado e representam um risco à imparcialidade do julgamento. Entre as postagens citadas, estavam tweets onde a juíza supostamente pedia o assassinato do ex-presidente Jair Bolsonaro e de um homem acusado de tortura de animais.
Na Alemanha, alguns casos são julgados em tribunais mistos, com a presença de juízes leigos, cidadãos comuns que trabalham ao lado dos magistrados na decisão do caso. A defesa de Brueckner questiona a validade deste sistema, especialmente considerando que a juíza leiga em questão possui experiência como psicóloga infantil, o que poderia resultar em um viés em um caso que aborda o abuso sexual de crianças.
Acusações contra Christian Brueckner
Brueckner se encontra detido na Alemanha por agressão sexual a uma mulher em Portugal, onde Madeleine McCann desapareceu. Ele enfrenta três acusações de estupro com agravantes e duas de abuso sexual de crianças, ocorridos entre 2000 e 2017. Entretanto, Brueckner nega sua participação no caso McCann e não foi formalmente acusado pelo crime.
O desaparecimento de Madeleine McCann
Madeleine McCann desapareceu de seu quarto em 3 de maio de 2007, durante as férias em família no resort da Praia da Luz, enquanto seus pais jantavam com amigos próximos. Os promotores portugueses que investigam o desaparecimento descobriram indícios do envolvimento de Brueckner no caso em 2020. A polícia alemã informou em junho de 2020 que McCann foi considerada morta e que Brueckner foi apontado como o provável responsável pelo crime.