Este grupo de mulheres tem benefícios extraordinários do Bolsa Família

Curiosamente, o programa social também ajuda na prevenção do câncer de mama; entenda

Muitos não sabem, mas o Bolsa Família está ligado à diminuição do risco de câncer de mama na população que vive em locais menos favorecidos. Isso porque as mulheres que vivem nestas áreas que não recebem o auxílio têm 17% mais chances de desenvolver a doença do que aquelas agraciadas pelo programa assistencial.

O número foi alcançado após um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia. No levantamento, foram avaliadas mais de 20 milhões de mulheres adultas (entre 18 e 100 anos).

A pesquisa revela que receber o benefício concedido pelo Bolsa Família reduz os riscos do aparecimento da doença para quem vive em áreas economicamente desfavorecidas, territórios que apresentam incidência maior de câncer de mama.

O Bolsa Família é muito mais que transferência de renda, que já é importante para ajudar na alimentação e em outras necessidades“, disse o ministro Wellington Dias, chefe do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). “O Bolsa Família também é cuidado com a saúde, prevenção. A redução do câncer de mama, como aponta o estudo da Fiocruz [Bahia]e, em locais onde o risco era maior, é uma vitória que não tem preço“, completou.

Entenda a influência Bolsa Família

Tendo sido publicada em janeiro na revista Jama Network, a pesquisa apontou também que as moradoras de áreas com alta segregação de renda que são beneficiárias do Bolsa Família tinham risco de 13% maior de câncer de mama do que aquelas de áreas com baixa segregação de renda. Além disso, quando a comparação é feita com mulheres que não estão inscritas no programa de cunho assistencial, o índice sobe para 24%.

O levantamento aponta que morar em áreas economicamente desvantajosas está associado a resultados piores de câncer de mama. Nestes locais, é comum ter poucas oportunidades educacionais e de infraestrutura que afetam a saúde e o bem-estar de modo geral.

Por conta disso, as mulheres que vivem nestes locais também podem enfrentar barreiras no que diz respeito ao acesso a serviços de saúde de qualidade, incluindo cuidados preventivos e medidas de detecção precoce, bem como acesso limitado a redes de apoio, como transporte, suporte emocional e cuidados durante o tratamento.

De acordo com o estudo, a segregação de renda, também chamada de segregação residencial por renda, trata-se da separação sistemática de indivíduos em diferentes áreas geográficas, onde políticas habitacionais discriminatórias, historicamente, marginalizam seus habitantes por serem de baixa renda.

Por fim, como podemos notar, o levantamento aponta que, ao garantir o direito à informação e apoio adequado, a probabilidade de desenvolver câncer de mama — que mata mais de 18 mil mulheres no Brasil, segundo o Conselho Nacional de Saúde — é reduzida, tendo em vista que o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura.

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