Azeite cada vez mais caro: entenda o motivo da alta no preço

O aumento constante no preço do azeite de oliva tem gerado preocupações tanto entre consumidores do varejo quanto entre proprietários de restaurantes em todo o país. De acordo com relatos, embalagens de 500 ml do produto estão sendo vendidas por até R$ 40 em supermercados brasileiros.

Uma análise realizada pela Horus, baseada em 40 milhões de notas fiscais mensais, demonstrou que, em julho de 2021, o preço médio do azeite virgem era de R$ 20. Um ano depois, esse valor subiu para R$ 25, e atualmente alcança os R$ 30.

Essa escalada de 50% no preço médio ao longo de dois anos supera significativamente a inflação, que, durante o mesmo período, acumulou 15% de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Para piorar a situação, a expectativa é de que essa tendência se aprofunde ainda mais.

Escassez de estoques globais de azeite

A escassez de estoques globais de azeite desempenha um papel crucial nessa elevação dos preços. Somando-se a isso, as previsões pouco otimistas para a próxima safra na Europa e as mudanças climáticas em evolução, é provável que os valores se mantenham elevados. Especialistas sugerem que essa alta constante nos preços pode vir a ser encarada pelos consumidores como a “nova normalidade”.

A explicação para o aumento nos preços do azeite tem suas raízes na colheita passada. Os principais países exportadores enfrentaram um período de crescimento muito seco das oliveiras. A falta de umidade resultou na ausência de frutos em muitas árvores, o que comprometeu a produção de azeite.

Um exemplo é a Espanha, que costuma produzir entre 1,3 e 1,5 milhão de toneladas métricas de azeite anualmente. No entanto, na safra 2022/2023, esse número despencou para 610 mil toneladas. A preocupação é tamanha que muitos já cogitam a possibilidade de esgotamento dos estoques espanhóis em breve.

Turquia fez pressão ao mercado ao proibir as exportações até novembro

A Turquia, um dos principais produtores alternativos de azeite, adicionou pressão ao mercado ao proibir as exportações até novembro. O Brasil, um dos principais importadores de azeite de oliva no mundo, encontra-se em uma posição vulnerável nessa situação. Apesar do avanço da produção nacional em 2023, que não chega a representar 1% do consumo total no país, os brasileiros estão sujeitos às oscilações globais.

Rita Bassi, presidente da Oliva (Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira), revela que as empresas estão fazendo o possível para absorver parte desse problema global e evitar repasses totais de preços.

Ela alerta que não é viável sustentar isso por um longo período. Em meio a um cenário de oferta escassa e aumento do custo da matéria-prima, ela destaca a possibilidade de aumento da fraude no mercado e aconselha os consumidores a optarem por marcas confiáveis e a se manterem atentos aos preços excessivamente baixos.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.