Pare de usar este SAL imediatamente! Marca famosa é retirada às pressas dos mercados após anúncio da Anvisa
No começo deste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da distribuição, venda e uso de um lote específico de sal da marca Carrefour em todo o território nacional. Essa decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e tem como base um laudo de análise realizado pelo Instituto Adolfo Lutz – Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Estado de São Paulo.
De acordo com a análise, o lote de sal teve um “resultado insatisfatório para o teor de iodo”. Ao que tudo indica, o teor de iodo estava abaixo do mínimo estabelecido. Vale lembrar que o iodo é um micronutriente essencial para o bom funcionamento da tireoide e para a prevenção de doenças relacionadas à deficiência desse elemento.
A suspensão desse lote do sal Carrefour foi uma medida preventiva da Anvisa, com o objetivo de garantir a segurança e a qualidade dos alimentos disponibilizados no mercado. O órgão ainda reforçou que os consumidores que tenham adquirido o produto precisam realizar o recolhimento imediato, seguindo as instruções fornecidas pelo estabelecimento onde a compra foi realizada.
Além disso, vale informar que a marca Carrefour já foi notificada sobre a decisão e deve colaborar ativamente com o recolhimento do lote suspenso, bem como realizar uma investigação interna para identificar as possíveis causas do problema e adotar as medidas corretivas necessárias para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro. Confira, na íntegra, a nota liberada pelo Carrefour:
“Informamos que realizamos análises recorrentes em todos os nossos produtos de marca própria. O produto citado foi testado em maio deste ano, e, na ocasião, as amostras analisadas estavam dentro dos parâmetros estabelecidos pela Anvisa.
Reforçamos ainda que solicitamos imediatamente a retirada do produto do lote 22992 em todas as lojas que o mesmo se encontra disponível e que estamos em contato com o fornecedor para apurar o fato”.
Carrefour
Porque o sal precisa conter iodo?
No Brasil, a adição de iodo ao sal de cozinha é uma medida obrigatória estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 1954, conforme a Lei nº 2.598. A legislação estipula os teores mínimos e máximos de iodo que devem estar presentes no sal destinado ao consumo humano, garantindo sua segurança e eficácia na prevenção da carência desse importante micronutriente.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a ingestão adequada de iodo deve variar de acordo com as diferentes faixas etárias e situações. Por exemplo, crianças de 0 a 7 anos de idade precisam consumir 90 microgramas (mcg) de iodo, enquanto isso, crianças de 7 a 12 devem ingerir cerca de 120 mcg, já pessoas com mais de 12 anos devem ingerir 150 mcg.
O consumo de iodo também deve variar para mulheres grávidas ou que estão amamentando. Como tudo o que é consumido é passado para o bebê, com o iodo não seria diferente. Sendo assim, gestantes ou nutrizes devem consumir de 200 a 250 mcg de iodo por dia.
Riscos do consumo exagerado de sal
É de conhecimento geral a relação entre o consumo de sal e problemas de hipertensão. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Pesquisa Nacional de Saúde (PSN), em parceria com o IBGE, o consumo domiciliar diário de sal pode chegar a 9,3 gramas. Caso seja considerado o sal de produtos processados, esse consumo sobe para 12g por dia. Mas vale lembrar que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o indicado é apenas cinco gramas por dia.
“O sal é o principal fator de risco dietético que existe no mundo, incluindo o Brasil. Ele tem uma associação direta com doenças cardiovasculares mediadas por hipertensão. E, para prevenir esses problemas é reduzir o consumo de sal, seja na adição de alimentos quando se prepare, mas também aqueles escondidos nos alimentos processados e ultraprocessados”, ponderou Eduardo Augusto Fernandes Nilson, Coordenador-Geral substituto de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.