O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma análise que indica queda na inflação que vem atingindo a economia brasileira, os estudos afirmam que os índices mostram estabilidade até o final do ano. Essa queda pode ser explicada pela valorização da reação e a deflação das cotações das commodities.
Segundo o Ipea, outros fatores também podem estar influenciando os resultados favoráveis, como as relações internacionais que o governo brasileiro vem construindo ao longo dos últimos meses. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apenas em abril, fechou um acordo de R$ 50 bilhões com a China e outro de R$ 12 bilhões com os Emirados Árabes.
Recentemente, o presidente foi à França e sugeriu, diante de dezenas de estadistas “repensar a arquitetura do sistema financeiro global”. O discurso, amplamente aplaudido, mostrou o posicionamento firme do Brasil quanto aos acordos econômicos que serão firmados com a União Europeia.
Além das relações internacionais brasileiras, outro fator que vem influenciando positivamente a economia do país são as exportações de commodities como milho, minério de ferro e petróleo, que tiveram um aumento significativo.
Briga de gigantes
O Ipea ainda afirmou que, atualmente, dois lados “brigam” entre si, isso porque o Banco Central vem mantendo a alta taxa de juros, que chegou a 13,75% ao ano, dificultando o crescimento econômico e tornando o crédito mais caro. Enquanto isso, o Governo Federal vem promovendo ações públicas que incentivam o uso do dinheiro.
Uma dessas medidas foi um segundo reajuste salarial, em maio o presidente Lula aprovou o novo salário-mínimo, que passou de R$ 1.302 para R$ 1.320. Em relação ao salário-mínimo do ano passado, que estava em R$ 1.212, o aumento foi de 8,91%, representando o primeiro reajuste real (acima da inflação) em quatro anos.
Além do aumento do salário-mínimo, o Governo Federal realizou o aumento médio do repasse do programa de transferência de renda Bolsa Família e a antecipação do pagamento de cotas do PIS/Pasep. Com isso, tanto os trabalhadores que possuem uma renda física, quanto as pessoas em situação de vulnerabilidade, são atingidos com um aumento capaz de financiar os gastos básicos.
Segundo o Ipea, as previsões econômicas para 2023 são positivas, ao que tudo indica, deve haver um crescimento econômico. O Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, que inicialmente estava em 1,4% teve um crescimento para 2,2%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tinha uma projeção para uma inflação de 5,6%, entretanto, agora a projeção está em 5,1%.
Vale reforçar que a inflação média global esperada para o ano de 2023 é de 5,2%. Consideravelmente mais baixa do que a inflação global de 2022, que estava em 7,5%. Apesar da queda da inflação, dados do Departamento de Assuntos Econômicos das Nações Unidas mostram um desaceleramento no crescimento mundial.
Segundo as informações reunidas, a inflação deve seguir persistente, aumentando as taxas de juros, gerando incertezas econômicas. Além disso, os impactos das mudanças climáticas também devem interferir no crescimento econômico.
Preço do dólar volta a subir
Mais uma vez, o dólar fechou em alta nesta quinta-feira (06). Os investidores estão na expectativa pela aprovação da nova reforma tributária do Brasil, com este cenário, os juros no exterior continuam no radar.
Até junho, a moeda norte-americana acumulou uma baixa de 6,60%, entretanto, em apenas uma semana, a moeda registrou uma alta de 2,94%. Já o Ibovespa, mercado acionário brasileiro, constatou um recuo de 1,78% aos 117.426 pontos.
Ao que tudo indica, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e outros deputados que estão responsáveis pelas tratativas da reforma, estão buscando acabar com as resistências na casa legislativa para que a proposta, que ainda precisa ser votada, seja aprovada ainda esta semana.