Em dezembro de 2021, o Nubank abriu seu capital de giro e entrou nas Bolsas de Valores americana e brasileira. Entretanto, enquanto a bolsa estrangeira oferecia ações, a brasileira oferecia os “Brazilian Depositary Receipts”, comumente chamados de BDRs. Eles são certificados negociados no pregão da B3 que são como ações emitidas pelas empresas que abrem seu capital em outros países.
Entretanto, no último dia 15 de setembro, o Nubank comunicou aos seus investidores que tinha a intenção de começar um “processo de descontinuidade de seu Programa de BDRs Nível III”. A justificativa dada pela fintech para a mudança foi aumentar a eficiência da empresa e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia que foi aberta em mais de uma jurisdição.
Nesse sentido, o Nubank pretende migrar seus BDRs de Nível III para o de Nível I, o que não tem necessidade de um registro do CVM. Mas, para essa migração acontecer, os investidores precisarão escolher um de três caminhos: transformar os BDRs em ações nos EUA, vendê-los ou migra-los para o Nível 1. Como todo esse processo precisa ser aprovado tanto pelo B3 quanto pelo CVM, não existe, ainda, uma estimativa de prazo.
O Nubank não está falindo
Diante disso tudo, vale reforçar que o Nubank não está falindo, mas está concentrando seus esforços no mercado de capitais americano, o que não tem absolutamente nada a ver com a falência da fintech. Dessa forma, o banco digital segue funcionando normalmente no Brasil, atendendo mais de 65 milhões de clientes.
Ainda assim, é importante ressaltar que alguns analistas não aprovaram a mudança da empresa. O Itaú BBA considerou o movimento negativo, tanto para os acionistas minoritários da fintech, quanto para a governança corporativa do Nubank.
“Na prática, acreditamos que a divulgação de resultados pode ficar mais pobre e ainda menos comparável com as instituições financeiras locais”
escreveram os analistas.