12 bancos podem oferecer empréstimo no Bolsa Família 2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou em fevereiro o novo empréstimo consignado do Bolsa Família, que visa substituir a linha de crédito do Auxílio Brasil, que foi lançada em outubro do ano passado. Cerca de 12 instituições financeiras foram autorizadas para oferecer o empréstimo. Veja quais são elas:

  • Caixa Econômica Federal;
  • Banco Agibank S/A;
  • Banco Crefisa S/A;
  • Banco Daycoval S/A;
  • Banco Pan S/A;
  • Banco Safra S/A;
  • Capital Consig Sociedade de Crédito Direto S/A;
  • Facta Financeira S/A Crédito, Financiamento e Investimento;
  • Pintos S/A Créditos;
  • QI Sociedade de Crédito Direto S/A;
  • Valor Sociedade de Crédito Direto S/A.

Das 12 instituições financeiras, apenas a Caixa se posicionou a respeito da liberação da linha de crédito. Em uma entrevista ao jornal Valor Econômico no último dia 22, a presidente do banco, Maria Rita Serrano, confirmou que a Caixa não oferecerá a linha de crédito para os beneficiários do Bolsa Família.

“Com as novas regras, a operação não se paga. Além disso, esse produto teve um cunho eleitoral, a Caixa foi o banco que mais ofertou crédito, com R$ 7,6 bilhões. É uma excrescência. Não posso ofertar crédito em um auxílio para uma pessoa se alimentar. Na minha opinião, isso tem de ser anulado”, afirmou Rita Serrano.

As outras 11 instituições financeiras não se posicionaram sobre a linha de crédito, entretanto, quase um mês depois de autorizadas, nenhuma está operando o empréstimo consignado do Bolsa Família. Ao que tudo indica, é pouco provável que a linha de crédito seja oferecida novamente.

Mudanças que prejudicaram o consignado do Bolsa Família

Uma das críticas do presidente Lula durante a sua campanha eleitoral era o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Isso porque, segundo especialistas, a linha de crédito era um risco para famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica que tinham o Auxílio Brasil, agora Bolsa Família, como principal fonte de renda. Desse modo, pouco se acreditava que o novo governo fosse lançar a linha de crédito.

Entretanto, no dia 9 de fevereiro, a portaria do Consignado do Bolsa Família foi publicada com regras que acabaram prejudicando, assim, a funcionalidade do empréstimo para as instituições financeiras. Como bem disse a presidente da Caixa Econômica Federal, a linha de crédito não se paga, ou seja, não gera lucro para os bancos.

As mudanças envolvem a porcentagem de desconto das parcelas do benefício, que passou de 40% para 5%, o juros mensal aplicado na mensalidade do empréstimo, que caiu de 3,5% ao mês para 2,5% ao mês, e a quantidade de parcelas para pagar o consignado, reduzindo de 24 vezes (dois anos) para 6 vezes (metade de um ano).

Todas essas mudanças tornaram o empréstimo mais seguro, porém, menos interessante, tendo em vista que os valores liberados seriam baixíssimos, podendo não chegar aos R$ 200. Além disso, para os bancos é um empréstimo que não forneceria lucros. O que pode ser o motivo por trás de nenhuma instituição financeira ter liberado a linha de crédito para os beneficiários do Bolsa Família.

Uma jogada de mestre

O presidente Lula nunca se mostrou favorável ao modelo do empréstimo consignado do Auxílio Brasil, por isso, o lançamento do consignado pegou muitos de surpresa. Entretanto, a nova formulação da linha de crédito acabou se mostrando pouco atrativa, principalmente para os bancos, que estão sempre visando o lucro.

Formular o consignado dessa forma pode ser sido uma saída planejada da equipe de Lula para não manchar a imagem do presidente em seus primeiros meses de mandato, principalmente com a instabilidade de um país dividido. Sendo assim, escolher liberar uma linha de crédito pouco interessante pareceu melhor do que negar de uma vez o consignado.

Isso porque, a partir do momento que libera o novo consignado do Bolsa Família, Lula tira de suas mãos a responsabilidade de oferecer o crédito. Desse modo, o papel fica com as instituições financeiras, que não se veem instigadas a oferecer a linha de crédito.

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