Bolsa Família: péssima notícia para quem mora sozinho (unipessoais)

As famílias unipessoais são o foco do Governo Federal com o pente fino do Cadastro Único, isso porque essa categoria para quem recebe o programa de transferência de renda está com suspeitas de ter sofrido fraude. Entre setembro de 2021 e agosto de 2022, a categoria unipessoal do Cadastro Único teve 5 milhões de novos cadastros. Esse número alarmou a equipe de transição do governo Lula, pois um número como esse nunca foi visto antes.

Dessa forma, o governo lançou o recadastramento em massa. O pente fino busca analisar de forma minuciosa os cadastros de todos os brasileiros. Assim, já foram encontrados 10 milhões de casos de cadastros com informações faltando, enquanto outros 2,5 milhões de cadastros são suspeitos de fraude. Essas famílias podem ter o programa bloqueado ou cancelado.

Como vai funcionar o pente fino?

As famílias que forem encontradas com o cadastro desatualizado ou com suspeita de fraude precisarão comparecer ao Centro de Referência de Assistência Social mais próximo de sua residência. Será preciso comprovar, por meio de documentos, a necessidade do recebimento do benefício. “Os pagamentos vão prosseguir, as alterações, a gente não quer prejudicar ninguém, elas vão se dar de forma muito organizada”, garantiu Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social (MDS).

Os beneficiários que não conseguirem comprovar a necessidade do recebimento serão convidados a se desligarem do programa. As famílias que não realizarem o desligamento serão desligadas de forma automática pelo próprio governo. “Com essa segurança, a partir de fevereiro, a gente vai estar tendo essa segurança para desligamento de quem está ali ilegalmente. Pessoas que não têm o direito passaram a ocupar vaga de quem tinha o direito”, explicou o ministro Wellington Dias.

Busca Ativa

Em contrapartida, o governo pretende lançar a Busca Ativa do Bolsa Família. O objetivo é encontrar famílias que precisam do benefício, mas que estão fora do programa. Essas pessoas deverão ocupar a vaga das famílias que foram desligadas por fraude. “De um lado, temos a entrada de quem está fora e tem o direito ao programa; do outro lado, a saída de quem estiver irregular. Sempre com o foco em garantir de forma muito cuidadosa, para termos todo o cuidado com os que mais precisam”, afirmou o ministro Wellington Dias ao defender a reformulação do programa CadÚnico.

Mas é importante lembrar que o Bolsa Família já deve herdar uma fila de espera do Auxílio Brasil, tendo em vista que o programa fechou em 2022 com pessoas aguardando uma vaga. Dados de novembro mostram que cerca de 128 mil famílias estavam na fila para receber o programa de transferência de renda. Ou seja, a tendência da Busca Ativa é aumentar essa fila.

Bolsa Família começa em março

O novo programa de transferência de renda deve ser votado em fevereiro pelo Congresso Nacional e começar a funcionar já em março. “Vamos garantir o pagamento em março com o acréscimo de 150 reais por criança, com a atualização do cadastro que começa em fevereiro e com a aprovação pela rede do Sistema Único da Assistência Social, para segurança nos dados”, disse Wellington Dias em entrevista à VEJA.

Dessa forma, as famílias beneficiárias seguiram recebendo o valor fixo de R$ 600, já a parcela extra será direcionada para famílias com crianças de até seis anos de idade. O ministro Wellington Dias reforçou que essas famílias precisam de um cuidado maior, para evitar o que aconteceu com os Yanomami. O ministro estava se referindo ao recente caso de desnutrição extrema que as tribos do território brasileiro vêm sofrendo.

Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 500 crianças Yanomami são vítimas de doenças como desnutrição, pneumonia, diarreia e malária. Dessa forma, o governo vem trabalhando para lidar com casos tão extremos que precisam de uma atenção reforçada.

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