Lula não mede palavras e detona o mercado financeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que começou seu terceiro mandato a menos de um mês, voltou a criticar a postura do mercado financeiro frente ao que ele chama de “investimento” para o pagamento de uma “dívida social”. Lula acredita que reduzir a taxa de juros e investir em programas sociais é um dever do estado para com a população mais pobre, enquanto o mercado afirma desde a campanha eleitoral do ano passado que responsabilidade fiscal traria mais benefícios para os vulneráveis.

Na manhã desta quinta-feira (19), durante uma reunião com reitores de universidade e institutos federais, o presidente voltou a reclamar da taxa de juros e afirmou que não entende o motivo dela estar acima dos 13% se a inflação está entre 6,5% e 7,5%. Ele também aproveitou para fazer novas críticas ao mercado financeiro que, segundo Lula, acredita que o foco no pagamento da dívida pública é o único investimento correto, esquecendo-se da “dívida social”.

“A única coisa que não é tida como gasto por essa gente de mercado é o pagamento de juros da dívida. Eles acham que isso é investimento. […] Eu não vejo essa gente falar uma vez de dívida social. Nós temos uma dívida social de 500 anos. O Estado precisa estender a mão para esse povo. É preciso que a gente não aceite a negação do Estado, porque o Estado é importante, o Estado pode ser o regulador da justiça social nesse país”

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da Republica

Lula já havia criticado duramente o mercado financeiro

Lula já havia criticado o mercado financeiro um dia antes (18), quando concedeu uma entrevista para a jornalista Natuza Nery da GloboNews. Durante a conversa ele questionou a necessidade de um Banco Central independente, que é apoiado pelo mercado e que foi instituído no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mais alinhado as ideias dos representantes desse setor por conta da condução econômica do antigo governo feita pelo ex-ministro Paulo Guedes.

O atual presidente também garantiu na entrevista exibida na última quarta-feira no canal de notícias que um Banco Central subordinado ao governo federal e com um dirigente indicado pelo presidente eleito pelo povo seria tão eficiente quanto o atual Banco Central. Lula também já havia mencionado que o gasto com transferência de renda para famílias vulneráveis era um investimento para o pagamento de uma dívida histórica, reprovando a posição do mercado em relação ao assunto.

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