A equipe de transição de Lula (PT) está trabalhando em uma proposta para criar o programa “Bolsa Internet”. O objetivo é baratear o custo na conexão por banda larga para os brasileiros inscritos no CadÚnico.
Essa proposta partiu de uma solicitação do próprio presidente, que pediu ao grupo de Comunicação que trabalhasse em um programa nos moldes do “Luz para Todos” com o objetivo de universalizar o acesso à rede.
Paulo Bernardo, coordenador do grupo de trabalho de Comunicação e ex-ministro da pasta de Comunicações e Planejamento comentou o pedido:
“O presidente Lula pediu um Luz para Todos para internet e, após diagnóstico do grupo de trabalho, chegamos à conclusão de que a prioridade é baratear o acesso por banda larga, já que muitas pessoas não estão conectadas por causa do preço”.
Lula e o acesso à internet
O presidente já vinha trabalhando na democratização da internet desde 2010, durante seu segundo mandato. Na época, ele lançou o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
Já durante o governo Dilma Rousseff, indicada por Lula para tomar seu lugar, foi lançada uma continuação do PNBL, com ações que tinham o objetivo de aumentar o número de municípios com infraestrutura para suportar a fibra ótica e para aumentar a velocidade média da internet no país.
Em 2017, o presidente Michel Temer (MDB), vice de Dilma, lançou um satélite que buscava promover a banda larga para municípios sem acesso. Esses movimentos de universalização ajudaram a aumentar a cobertura e a velocidade da internet em parâmetros mundiais.
Instrumento de combate à pobreza
Estar conectado nos dias atuais é de extrema importância e a inclusão digital deve ser cada vez mais ambiciosa. Por isso, o tema já foi abordado até na ONU (Organização das Nações Unidas), quando o secretário-geral, Antônio Guterres, propôs um pacto global para promover o acesso à internet.
O “Bolsa Internet” deve ser considerado um instrumento ao combate à pobreza. Principalmente com o crescimento de trabalhos que envolvem o uso da rede e com o acesso à educação mais entrelaçado ao meio digital.
Por isso, mesmo que, com o atual cenário de crise sanitária, o acesso à internet não receba o status de bem coletivo como o acesso à energia elétrica, água e esgoto, ainda é uma ferramenta importante e que deve ser cada vez mais desenvolvida.