CÂMARA HUMILHA beneficiários do BOLSA FAMÍLIA antes do fim do AUXÍLIO BRASIL

Os mais de 21 milhões de beneficiários do programa Auxílio Brasil estão aguardando desde o final das eleições, em outubro, para que a classe política confirme qual será o valor que será pago para as famílias a partir de janeiro de 2023, quando o programa voltará a se chamar Bolsa Família. No entanto, antes da votação, a Câmara votou em um tema que mais parece uma humilhação para as famílias: o aumento dos próprios salários.

Isso porque, para garantir recursos para manter os pagamentos de R$600 para os beneficiários em 2023, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e sua equipe enviaram para o Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), conhecida como PEC da Transição, que necessitava ser votada e aprovada por senadores e deputados para liberar as verbas necessárias.

A PEC foi votada e aprovada com facilidade no Senado, porém, travou quando chegou a Câmara, pois os deputados alegavam que as famílias já tinham R$400 garantidos e gastar mais recursos com o programa poderia prejudicar as finanças do governo. Por conta disso, a proposta demorou a tramitar, provocando muita insegurança aos beneficiários, que são os brasileiros em situação de vulnerabilidade social.

Porém, na tarde de terça-feira (20), as preocupações financeiras dos deputados parecem ter acabado. Pois antes de votar a PEC para garantir os R$600 do Bolsa Família os parlamentares votaram o e aprovaram com muita facilidade o aumento dos próprios salários, além dos salários de ministros, presidente e vice. A votação do tema parece ter sido colocada estrategicamente antes da votação dos R$600 como uma espécie de preço a se pagar, humilhando os brasileiros.

Câmara dos Deputados humilha beneficiários do Bolsa Família

Enquanto as famílias mais pobres do Brasil seguirão recebendo R$600 para sobreviver em 2023, quantia insuficiente para a compra da cesta básica em muitos estados país, os deputados aprovaram em uma votação rápida e secreta o aumento de seus salários, que terá elevações graduais nos próximos três anos, passando de R$34 mil para pouco mais de R$46 mil ao mês.

O valor mensal aprovado que será pago para deputados, senadores, ministros, presidente e vice é suficiente para pagar 77 parcelas do Bolsa Família de R$600. Ou seja, os R$46 mil reais que os políticos receberão em apenas um mês são suficientes para manter os pagamentos para as famílias por seis anos e meio. O aumento foi aprovado pelo Senado logo em seguida e aguarda promulgação.

Bolsa Família de R$600 também foi aprovado

Logo após a votação que aumentou os próprios salários, os deputados votaram e aprovaram em primeiro turno a PEC da Transição, que eleva em R$145 bilhões o teto de gastos para garantir recursos para o Bolsa Família de R$600 em 2023, além dos R$150 a mais que serão pagos para famílias com crianças até seis anos de idade.

A votação ocorreu na noite da última terça-feira (20) em primeiro turno e contou com 331 votos a favor da liberação de recursos para o novo Bolsa Família, além dos 168 deputados que votaram contra. Agora, a PEC ainda precisa ser aprovada e votada em um segundo turno que ocorrerá na tarde de quarta-feira (21). No entanto, sua aprovação já é certa e pode ser comemorada pelas famílias.

Inicialmente a proposta previa recursos para o Bolsa Família de R$600 por dois anos, porém, os deputados não gostaram do prazo, afirmando que seria um cheque em branco entregue ao novo governo por muito tempo. Por isso, após terem elevando os próprios salários, reduziram a elevação do teto de gastos para o programa de transferência de renda para apenas 1 ano.

No entanto, no último domingo (18), uma decisão judicial que desagradou os deputados já definiu que os próximos governos deverão manter o mínimo de R$600 no novo Bolsa Família, e se preciso, poderão gastar acima da regra do teto. Por conta disso, as famílias podem ficar um pouco mais aliviadas, pois apesar do descaso dos deputados, o programa social está garantido.

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