Polêmica no Auxílio Brasil preocupa famílias beneficiárias
Pelo menos 3,1 milhões de brasileiros podem ter o Auxílio Brasil bloqueado no ano que vem. Isso ocorre porque o Ministério da Cidadania entrou com um processo para investigar o aumento considerável entre novembro de 2021 e agosto de 2023.
O principal foco do pente fino são as concessões por famílias unipessoais, ou seja, famílias de apenas uma pessoa. Devido a pandemia e a concessão do Auxílio Emergencial, a concessão por famílias unipessoais teve um crescimento fora do comum. Além disso, essas pessoas não passaram pela entrevista presencial do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).
O Ministério da Cidadania (MC), responsável pelo caso, informou que 3,1 milhões de brasileiros que se inscreveram entre novembro de 2021 e agosto de 2022 serão chamados para atualizar seus dados, caso não compareçam, terão o Auxílio Brasil bloqueado.
“Existe uma agenda de qualificação de cadastro. É uma agenda grande e que apresenta um enorme desafio”, diz Vinicius Botelho, ex-secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania.
É importante salientar que a atualização de dados do Cadastro Único é obrigatória e acontece a cada dois anos. Em 2022, outros beneficiários foram chamados até uma unidade do CRAS para atualizar seus dados. Caso não tenham comparecido, terão o Auxílio Brasil bloqueado ainda no primeiro semestre de 2023.
A política do novo governo
Uma das críticas do governo eleito é que o benefício para uma única pessoa é o mesmo que para famílias com diversas pessoas. Dessa forma, levar em consideração a renda per capita da família deve ser outra medida que governo que toma posse em janeiro de 2023 deve levar em consideração.
Além disso, outra preocupação é como esse bloqueio pode impactar na imagem do novo governo. “Isso vai impactar o governo, vamos assumir com um processo em que não fomos consultados”, afirma Tereza Campello, uma das coordenadoras da área de assistência social da transição.