Auxílio Brasil: governo promete parcela de 600 em 2023

Durante o evento de lançamento de sua candidatura a reeleição, que aconteceu ontem (24) no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu a continuidade do pagamento dos R$600 do Auxílio Brasil caso fosse reeleito.

Segundo o presidente, teria acontecido na semana passada uma conversa com o ministro da economia, Paulo Guedes, em que ficou decidido que haveria a possibilidade de dar continuidade aos pagamentos de R$600 em 2023.

Caso o valor se torne permanente, o governo deverá gastar cerca de R$150 bilhões por ano para manter o programa de transferência de renda para as famílias em situação de vulnerabilidade social em todo o país.

Atualmente, com o valor mínimo de R$400 aprovados no início do ano pelo Congresso e sancionado pelo presidente depois de muita pressão da oposição, o governo gasta cerca de R$90 bilhões ao ano.

R$600 do Auxílio Brasil

Tornar permanente os R$600 do Auxílio Brasil só é necessário devido ao caráter eleitoreiro da proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional e aprovada pelos parlamentares a menos de cem dias das eleições.

A proposta do governo autorizou o pagamento de R$200 a mais para as famílias que recebiam R$400 mensalmente, em média, totalizando assim o pagamento de R$600 por mês pelo Programa Auxílio Brasil.

Porém, esses R$200 a mais serão pagos apenas por cinco meses, entre agosto e dezembro, devendo ter início a menos de dois meses da eleições, que acontecem em outubro, e terminando dois meses depois.

Moeda de troca

O aumento no valor do Auxílio Brasil tem sido solicitado pelas famílias mais pobres do país desde quando o programa foi lançado, no início do ano passado, pois a alta inflação diminui o poder de compra do beneficiário e torna o valor pago mensalmente insuficiente.

O governo de Jair Bolsonaro e de seus apoiadores sabe disso e, visando conseguir a simpatia desse eleitorado mais pobre, aprovou o aumento do benefício bem próximo ao dia das eleições, dando a essas famílias um gostinho do que é receber um valor digno, mas apenas nesse período.

Porém, quando um candidato a presidência, que já tem em suas mãos o poder de decisão no governo, vem a público dizer que as famílias mais pobres do seu país precisarão votar nele para receberem um valor digno através de um programa de transferência de renda, fica a impressão de que tal programa é usado como moeda de troca.

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