Aumento do Auxílio Brasil atrapalha estratégia política de Bolsonaro
O poder de compra dos beneficiários do Auxílio Brasil dobrou em relação ao Bolsa Família, porém, o aumento da inflação tem atrapalhado a campanha de Bolsonaro.
O Auxílio Brasil foi criado para substituir o Bolsa Família no atendimento as famílias em situação de vulnerabilidade social.
Auxílio Brasil dobrou poder de compra em relação ao Bolsa família
O programa, que virou vitrine política da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) a reeleição, agregou diversos benefícios já oferecidos pelo governo em um só.
Já no dia 4 de maio, o Senado aprovou uma medida provisória que tornou permanente o valor mínimo de R$400 para o Auxílio Brasil.
Tudo isso fez com que o programa social dobrasse o poder de compra dos beneficiários em relação ao antigo Bolsa Família.
Porém, o que parecia um grande acerto político foi ofuscado pela inflação, que tem assolado os brasileiros, principalmente, em relação a compra de alimentos e combustíveis.
Inflação corroeu poder de compra dos beneficiários
Se considerarmos os números do Dieese, em dezembro, o valor médio do Auxílio Brasil recebido pelas famílias representava 57,9% do custo da cesta básica em São Paulo (R$ 690,51).
Isso representa o dobro em relação ao Bolsa Família que só compraria 27,7% da cesta básica de São Paulo com o valor que pagava.
Entretanto, desde janeiro, o poder de compra dos beneficiários do Auxílio brasil tem caído e chegou a 50,1% do valor da cesta básica paulista (R$ 803,99) em abril.
Isso corresponde ao período na véspera da reeleição da ex-presidente Dilma Roussef, em 2014, quando era de 51,1%.
A pesquisa Quaest encomendada pela Genial Investimentos, diz que 51% dos eleitores que recebem o Auxílio avaliam negativamente o governo federal.
Segundo a pesquisa, a inflação pode ser um dos motivos que fez o Auxílio Brasil ter um efeito limitado nas pesquisas de intenção de votos.
Tentativa de contraponto
Já o economista Rodolfo Margato, da XP, calcula que o Auxílio Brasil fez o poder de compra dos beneficiários ser é um dos maiores desde a criação do Bolsa Família, em 2004.
Entretanto é importante salientar que o Auxílio Brasil é voltado a famílias na extrema pobreza e índices de inflação tradicionais acabam não refletindo os padrões de consumo desse grupo.
Portanto, é necessário que o poder de compra do benefício seja medido em cestas básicas, como fez a pesquisa encomendada pela Genial Investimento.