Governo Lula desiste de mudar meta fiscal de déficit zero neste mês
O Governo Federal desistiu de mudar a meta fiscal de déficit zero para este mês. A decisão foi anunciada na última quinta (16).
O Governo Federal desistiu de alterar a meta fiscal de déficit zero neste mês de novembro. A decisão foi tomada por meio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que foi anunciada na última quinta-feira (16) pelo deputado Danilo Forte (União-CE). A desistência foi considerada uma vitória parcial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de acordo com alguns especialistas.
“O fato é que o déficit será forte ano que vem. Por isso, tenho a impressão de que essa possa ter sido uma ‘vitória de Pirro’ (do ministro Haddad). Está mais do que claro que o governo não conseguirá arrecadar os R$ 170 bilhões que precisa para zerar o déficit em 2024. Talvez, consiga um terço disso. Num ano eleitoral, a pressão por gastos será um desafio para um PT que deseja tanto retomar as prefeituras que perdeu em 2020″, disse o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.
Já o economista Marcos Mendes, que é pesquisador do Insper, afirmou que o adiamento do debate pode ser também uma boa notícia, mesmo que o problema ainda não esteja resolvido. Com a atual decisão, o Ministério da Fazenda ganha tempo para propor medidas adicionais de receita ou de controle de despesas que evitem um aumento exagerado da meta”, afirmou Marcos.
Governo decide não mudar a meta de déficit zero
Ainda no mês de outubro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que dificilmente seria possível o governo conseguir zerar o déficit fiscal no próximo ano, como havia sido fixado pelo Ministério da Fazenda. Lula ainda observou que deveriam ser mantidos muitos investimentos considerados como prioritários pelo governo.
Os rumores são de que o ministro Fernando Haddad estaria entre os integrantes do governo que se opunham à mudança da meta. Para a economista e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Zeina Latiff, será difícil o governo reduzir gastos tanto em 2024 quanto em 2025. “Mas importa também a forma como a meta poderá ser mudada. Assim, o adiamento da decisão é importante. Mostra preocupação com a questão fiscal”, comentou a economista.
Vice-líder do governo Lula no Congresso, o deputado Lindbergh Farias também opinou sobre a meta de déficit zero. “Fazendo um giro desse, vamos levar nossa economia à estagnação. Acho uma loucura“, disse o deputado na última sexta-feira (17). De acordo com ele, caso o governo espere até março para promover ajustes na meta fiscal, isso acabará contingenciando investimentos em obras, incluindo as do Novo PAC.