Brasileiros que chegaram de Gaza pedem proteção após ameaças

Um brasileiro que estava na Faixa de Gaza e foi repatriado recentemente esta sendo alvo de ameaças na internet.

Um grupo com 32 brasileiros que se encontrava na Faixa de Gaza foi repatriado nesta semana, trazidos por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O grupo se encontrava no local que está sendo alvo de diversos ataques na guerra entre Israel e grupos pró-Palestina. No entanto, mesmo longe dos bombardeios, alguns desses refugiados já começaram a relatar algumas ameaças.

“Saímos da guerra para nos sentir seguros em nosso país, e agora aqui não conseguimos ter segurança”, disse Hasan Rabee. Ele foi uma das 32 pessoas que voltaram para o Brasil no avião da FAB. Em Gaza, ele chegou a gravar vídeos que mostravam o cotidiano dos conflitos, mas deixou para trás três familiares e pretende fazer com que eles possam vir para o Brasil também.

Ele ainda relatou ao portal UOL que está sendo alvo de ameaças, discurso de ódio e difamação. Por esse motivo, o refugiado já considera pedir um pedido oficial de proteção ao Estado Brasileiro. “Quero trazer minha família para o Brasil, não há outro plano”, explicou Hasan.

Refugiado da Palestina relata ameaças no Brasil

Atualmente, o sistema de proteção existente no Brasil para este caso é o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), sendo vinculado diretamente ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. “O PPDDH tem por objetivo oferecer proteção às defensoras e aos defensores de direitos humanos, comunicadoras e comunicadores e ambientalistas que estejam em situação de risco, vulnerabilidade ou sofrendo ameaças em decorrência de sua atuação em defesa desses direitos”, diz o programa.

A operação que pede proteção para Hasan está sendo realizada pela especialista em direito público Talitha Fonseca. “Solicitei para Hasan e sua família amparo psicológico pelo programa pró-vítima. Pois não podemos receber pessoas de uma guerra sem oferecer uma oferta adequada de proteção e reconstituição de identidade depois de tudo que assistiram”, explica Talitha.

Ela também explicou que Hasan era um dos únicos com internet estável, e, por isso, acabou se tornando símbolo da divulgação da violência perpetrada em Gaza. O Governo Federal se manifestou sobre o assunto e afirmou que está ciente dos ataques sofridos pelo refugiado. Recentemente, circularam nas redes sociais postagens antigas de Hasan nas quais ele teria sugerido queimar ônibus de Israel.

“Não sou a favor de violência nenhuma, sou a favor da conversa, sempre”, disse. “Pode ser que eu tenha postado com raiva. Mas, em 2015, não me lembro de nada”, completou. 

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