Americanas reconhece fraude e republica balanços de 2021 e 2022
Após republicar o balanço de 2021 e 2022, os números auditados mostraram que “maior lucro da história” da Americanas transformou-se em prejuízo
A divulgação dos números consolidados de 2022 pela Americanas acompanhou a republicação do balanço de 2021, marcando o desfecho da revisão dos balanços fraudados e revelando prejuízos bilionários para a empresa.
Comparado a 2021, o que era considerado o “maior lucro da história” da Americanas transformou-se em um prejuízo líquido de R$ 6,237 bilhões. O prejuízo da varejista mais que dobrou em 2022, atingindo a marca de R$ 12,912 bilhões no vermelho.
Balanços de 2021 e 2022
- Fraude contábil: Uma estimativa aponta um montante de R$ 25,2 bilhões, aproximadamente equivalente ao rombo calculado quando a Americanas reconheceu que o problema ultrapassava as “inconsistências contábeis”. Como resultado, a varejista fechou o último ano com um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões.
- Ebitda: A versão recorrente de 2021 transformou-se em um valor negativo de R$ 1,78 bilhão, seguido por outro resultado expressivamente negativo em 2022 (R$ 2,927 bilhões).
- Dívida líquida: Registrando R$ 26,287 bilhões em 2022, houve um aumento de 88,5% em comparação com o reconhecido pela varejista em 2021.
- Dívida bruta: A dívida de curto prazo aumentou 35,4% entre 2021 e 2022, atingindo R$ 37,3 bilhões.
- Receita líquida: Alcançou R$ 25,8 bilhões em 2022, representando um aumento de 14,6% em relação ao ano anterior.
- Ativos: Ao encerrar 2022, a varejista contava com R$ 31,3 bilhões em ativos, sofrendo uma queda de 16,6% em comparação com 2021.
- Capital de giro: O capital de giro da Americanas caiu de R$ 3,7 bilhões em 2021 para R$ 2,5 bilhões no ano passado.
- Caixa: Ao fechar o exercício de 2022, a empresa dispunha de R$ 6,073 bilhões em caixa, observando uma diminuição de 11,4% em relação ao ano anterior.
Fraude da Americanas
Ao republicar o balanço de 2021 e apresentar os resultados finais de 2022, a Americanas reafirmou ser “alvo de uma fraude sofisticada“. Segundo o comunicado, o principal impacto no lucro bruto decorreu “dos ajustes contábeis necessários para desfazer os contratos fictícios de VPC“, relacionados às verbas de propaganda cooperada.
A Americanas anunciou sua decisão de não examinar os resultados anteriores a 2021, mesmo diante das suspeitas de lançamentos fraudulentos que remontam a pelo menos uma década. Agora, após a divulgação dos números auditados de 2021 e 2022, a atenção está voltada para a concretização do acordo entre a Americanas e seus credores no âmbito do processo de recuperação judicial da empresa.
De acordo com as informações apresentadas, a administração da empresa expressa confiança em sua capacidade de retomar a lucratividade até 2025, seguindo a conclusão do processo de recuperação judicial e a implementação das mudanças estruturais.