Volume de negociação de investimentos na Bolsa de Valores cai em 34%
A Bolsa de Valores a influência negativa no mercado de ações nacional ao cenário externo e à sazonalidade, considerando o impacto das férias no hemisfério norte
A prévia operacional divulgada nesta segunda-feira revela uma diminuição de 34% no volume total de negociações na Bolsa de Valores durante o mês de outubro, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa redução evidencia as dificuldades enfrentadas pelo atual cenário do mercado de ações no Brasil, reconhecido pela própria B3 em seu relatório de resultados do terceiro trimestre, publicado na quinta-feira.
A B3 atribui a influência negativa no mercado de ações nacional ao cenário externo e à sazonalidade, considerando o impacto das férias no hemisfério norte. A análise da Empiricus Research descreve o desempenho da B3 como “morno”, alinhado às expectativas, principalmente devido ao baixo volume de negociações no terceiro trimestre. No entanto, a análise destaca a resiliência da empresa em outras fontes de receita.
Números de outubro da Bolsa de Valores
Ao fechar o mês de outubro, a B3 registrou 5,722 milhões de contas em sua depositária, representando um aumento de 5,6% em 12 meses. O número de investidores individuais atingiu 4,893 milhões, apresentando um crescimento de 6,7%. A quantidade de empresas listadas permaneceu inalterada em 449.
A capitalização média de mercado totalizou R$ 4,201 trilhões, indicando uma queda de 10,9% em relação ao ano anterior. No segmento de futuros, que abrange juros, moedas e mercadorias, o volume médio diário cresceu notavelmente, atingindo R$ 7,540 bilhões, um aumento de 101,2%.
No entanto, a receita média por contrato experimentou uma queda significativa de 45,9%. Quanto ao mercado de balcão, as novas emissões de renda fixa aumentaram em 12% na comparação anual, atingindo a marca de R$ 1,504 trilhão. O estoque cresceu 15,9%, alcançando R$ 6,043 trilhões.
Veredito do BTG Pactual
Igualmente no início da semana, o BTG Pactual reduziu sua sugestão de ‘compra’ para ‘neutro’ em relação à B3. Essa mudança foi realizada após a incorporação dos resultados do terceiro trimestre ao modelo, considerando também o aumento de mais de 15% nas ações desde o início do mês.
Essa decisão do BTG é fundamentada na previsão de que as receitas da gestora da Bolsa brasileira continuarão sob pressão a curto prazo, devido à fraqueza persistente nos volumes de negociação do mercado de ações, que se espera que perdure.
O banco também ressalta o aumento nas despesas da B3, o que, combinado com a diminuição nos volumes, afetou adversamente a lucratividade da empresa. Esse acréscimo nos custos está vinculado, em parte, às recentes aquisições da B3, como a compra da Neurotech, exercendo pressão sobre esse indicador.
Adicionalmente, o BTG antecipa que a B3 enfrentará considerável impacto com o término dos juros sobre o capital próprio, uma questão debatida no contexto da Reforma Tributária. O banco projeta que essa medida será aprovada e terá efeitos nos resultados da B3 a partir de 2025.