Balanço da Americanas de 2022 é apresentado após 10 meses da fraude fiscal

Uma das maiores empresas do setor de varejo do Brasil, a Americanas passou por uma crise recente, por conta de inconsistências contábeis. Neste ano de 2023, o grupo chegou a pedir recuperação judicial após ser descoberto um rombo no valor de mais de R$ 45 bilhões. Por conta disso, o balanço de 2022 foi apresentado recentemente, na última segunda-feira (13).

No balanço, estão sendo divulgadas informações sobre as finanças da empresa no ano de 2022, assim como a revisão do balanço do ano de 2021. A publicação deste documento foi adiada por cerca de três vezes no último ano, sendo previsto originalmente para o final de março. Depois para o mês de maio, e por fim, para o mês de outubro.

A Americanas chegou a marcar para a tarde da última segunda-feira um evento direcionado para os investidores e para o mercado em geral, com o objetivo de “discutir seus resultados, atualizar o mercado sobre a evolução de seu plano de recuperação judicial, assim como apresentar o plano estratégico da companhia que já está sendo implementado e que norteará seu desempenho operacional e financeiro futuros”.

Americanas divulga balanço do ano de 2022

Na última quarta-feira (8), a B3 (Bolsa, Brasil, Balcão), suspendeu a Americanas do Novo Mercado, onde estão as empresas que possuem alto nível de governança corporativa. No entanto, a empresa afirmou que irá apresentar um recurso para reaver essa posição na bolsa de valores.

O último balanço apresentado pela antiga gestão ocorreu em novembro de 2022, quando foram divulgados dados referentes ao terceiro trimestre daquele ano. Na ocasião, a Americanas havia apontado uma receita bruta de R$ 22,3 bilhões nos nove meses encerrados em setembro de 2022, com uma alta de 4,4% sobre o mesmo período de 2021. Além disso, a receita líquida havia ficado em R$ 18,9 bilhões, ou seja, 6% superior na comparação anual.

Por outro lado, o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 2 bilhões no período, representando um avanço de 15% nos primeiros nove meses de 2021. Com isso, é possível verificar que a empresa acumulou um prejuízo de R$ 447 milhões entre janeiro e setembro de 2022.

Após a apresentação dos resultados no ano passado, a então diretora de relações com investidores, Fabiana Oliver, declarou: “Fechamos o (3º) trimestre com uma robusta posição de caixa de R$ 14 bilhões e uma posição de dívida líquida de R$ 5,3 bilhões”.