Casas Bahia tem prejuízo maior do que o esperado; veja números

O CEO das Casas Bahia destaca que os efeitos dos custos ligados à reestruturação ainda serão perceptíveis no 4º trimestre, embora em uma escala reduzida

A Casas Bahia, em meio a um complexo processo de reestruturação, divulgou um balanço financeiro do terceiro trimestre de 2023 que revelou prejuízo de R$ 836 milhões. Esse montante representa um aumento significativo de 311% em comparação com as perdas registradas no mesmo período do ano anterior, que totalizaram R$ 203 milhões.

A notícia impactou negativamente as expectativas do mercado, superando as projeções de prejuízo que indicavam R$ 689 milhões, inicialmente previstos, e gerando uma queda superior a 8% nas ações da BHIA3 por volta das 10h30 desta quinta-feira (09).

Números das Casas Bahia

A receita líquida da Casas Bahia alcançou R$ 6,59 bilhões, refletindo uma queda de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse desempenho já era esperado, pois analistas antecipavam o impacto do fechamento de 31 lojas, parte de um plano que inclui o encerramento de aproximadamente 75 unidades, além da realização de um saldão de produtos para ajustar os níveis de estoque e a redução nos níveis de concessão de crédito.

Quando se trata do Ebitda ajustado, a Casas Bahia experimentou um impacto significativo, passando de um resultado positivo no terceiro trimestre de 2022 para um resultado negativo de R$ 66 milhões. As estimativas apontavam para uma redução de 91%, chegando a R$ 36 milhões positivos.

O montante total de mercadorias (GMV) provenientes de vendas diretas alcançou R$ 8,5 bilhões no terceiro trimestre, evidenciando uma queda de 6,3% em relação ao ano anterior. As projeções sugeriam que o GMV atingiria R$ 9,1 bilhões, conforme indicado na prévia do balanço. Em contraste, o marketplace da Casas Bahia continuou sua trajetória de crescimento, registrando um aumento de 14% em comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Além disso, a companhia fez uma reserva de R$ 100 milhões para a operação de cartões co-branded. Essa reserva, que não impacta o fluxo de caixa, foi efetuada devido ao cenário em que “esse é um novo empreendimento e os volumes estão aquém das expectativas“, declarou o CEO Renato Franklin em uma entrevista à imprensa.

Expectativas futuras

Franklin destaca que os efeitos dos custos associados à reestruturação ainda serão perceptíveis no quarto trimestre, embora em uma escala reduzida. Um exemplo disso é que a liquidação dos estoques já foi concluída em aproximadamente 70%.

O líder executivo também enfatiza que o segmento varejista está optando por uma postura mais sensata. Ele afirmou que ninguém estava adotando estratégias arriscadas e expressou a expectativa de que teriam uma Black Friday distinta, bem-sucedida tanto em vendas quanto em rentabilidade.

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