Remédio para pressão alta é recolhido às pressas pela Anvisa

A Anvisa suspendeu remédios indicados para tratar a pressão alta. Outros remédios e produtos de higiene foram recolhidos pela agência também

A Anvisa suspendeu e retirou do mercado, em junho do ano anterior, fármacos que tinham a losartana como componente ativo, indicados para tratar a pressão alta. A medida foi tomada por causa da existência da impureza “azido” em nível superior ao aceitável para assegurar a qualidade do produto.

Todavia, um mês mais tarde, as medidas foram anuladas depois que o órgão obteve novas informações da autoridade reguladora europeia (EMA, na sigla em inglês) apontando que o medicamento já estava novamente dentro do padrão de segurança. A Anvisa ressaltou que o medicamento é confiável e aconselhou que os pacientes não parem de usá-lo.

Outros remédios e produtos recolhidos pela Anvisa

  • Medicamento contra Covid-19: A agência acatou uma decisão recente dos Estados Unidos e interrompeu provisoriamente a permissão de uso emergencial do Evusheld, um medicamento para a Covid-19 que consiste em dois anticorpos monoclonais, Tixagevimabe + Cilgavimabe, fabricados pela AstraZeneca.

O medicamento tinha como objetivo tratar casos de baixa a média gravidade em pacientes que tinham alto risco de piorar da doença, como os que tinham baixa imunidade. Ele também podia ser usado para prevenir a infecção pelo vírus nesses grupos, como uma forma de profilaxia.

Como o Evusheld era caro e de difícil obtenção, ele não foi muito usado no país. No entanto, sua autorização foi cancelada por causa da redução de eficácia diante das novas subvariantes da Covid-19, como as cepas da Ômicron.

  • Imunoglobulina: A Anvisa ordenou, em dezembro do ano anterior, que todos os lotes de imunoglobulina humana produzida pela empresa ICHOR BIOLOGICS fossem retirados e suspensos por “desvio de qualidade”. Sendo extraídas do plasma humano, de doadores sem doenças, as imunoglobulinas são proteínas que compõem o sistema imunológico humano. Elas são isadas para o tratamento de doenças autoimunes e inflamatórias, sendo aplicadas por via intravenosa e são fundamentais no ambiente hospitalar.

De acordo com a Anvisa, o produto IMMUGLO teve, em todos os lotes, resultado ruim no teste que verifica a presença de pirogênios, substâncias poluentes que podem provocar sintomas como calafrios, tremor, vômitos e febre. É uma determinação da legislação brasileira que todos os medicamentos injetáveis precisam estar livres dessa substância.

  • Pomadas capilares: A agência vem suspendendo, desde o ano passado, diversas marcas de pomadas capilares, usadas para modelas e trançar. A suspenção começou a ser feita após o registro de mais de 700 casos de ardência nos olhos, cegueira temporária e outras reclamações oculares terem sido relacionadas ao uso dos produtos. Em fevereiro, a Anvisa decidiu proibir a venda de todas as marcas e iniciar uma investigação.

Depois de constatar que a maioria das marcas que causaram problemas tinha altas concentrações da substância Ceteareth-20, foi autorizada a volta de 934 pomadas ao mercado. As que retornaram para o comércio contém essa substancia abaixo da concentração de 20% em suas fórmulas. Enquanto a investigação da agência reguladora estiver em curso, novos pedidos de regularização ficam paralisados e as outras marcas continuam suspensas.

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