Algumas notícias tem circulado na internet e nas redes sociais afirmando que o Programa Bolsa Família, que ainda será implementado em março, sofrerá uma suspensão de 60 dias, deixando os mais de 21 milhões de beneficiários sem receber os repasses de R$600 por dois meses. No entanto, tratam-se de notícias falsas, mais conhecidas como fake news, que tem o objetivo de assustar as famílias. Por isso, todos os beneficiários já podem respirar tranquilos, pois não haverá suspensão.
Essas falsas notícias tem origem um uma publicação feita pelo deputado federal Gilberto Gomes da Silva (PL-PB), conhecido como Cabo Gilberto Silva. Ele compartilhou com seus mais de 342 mil seguidores uma imagem que afirmava que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que “a partir de fevereiro vai cortar o Bolsa Família por 60 dias“. No entanto, a frase utilizada pelo deputado na imagem retirou totalmente de contexto a fala da ministra, assustando as famílias com uma informação falsa.
A imagem com a fake news rapidamente se espalhou entre os beneficiários e foi compartilhada muitas vezes pelos próprios beneficiários em redes sociais e através do WhatsApp, pois muitos deles se encontravam em pânico e buscavam respostas sobre o assunto. Por conta da repercussão, muitos sites passaram a noticiar o conteúdo falso da imagem, já que acreditavam ser uma notícia verdadeira, situação que só serviu para ampliar o alcance da fake news.
Depois disso, o Ministério do Desenvolvimento Social fez uma publicação em suas páginas nas redes sociais na tarde da última segunda-feira (23),para explicar aos beneficiários do atual Auxílio Brasil e do futuro Bolsa Família que o programa de transferência de renda não será suspenso por 60 dias. Ou seja, apesar da suposta notícia ter sido amplamente divulgada, o próprio governo confirma que não haverá suspensão do Bolsa Família por dois meses.
Suspensão de 60 dias do Bolsa Família é fake news
O governo federal explicou também que, o que acontecerá em fevereiro e março, será a atualização cadastral das famílias inscritas no CadÚnico e uma reestruturação do programa, com o objetivo de retirar famílias que não atendem as regras do programa e abrir espaço para que as famílias que realmente precisam possam ser atendidas pelo novo Bolsa Família, além de possibilitar que o governo possa entender melhor a realidade das famílias para criar políticas públicas voltadas para esse público.
É FALSA a notícia de que o Bolsa Família será cortado. O programa está sendo reestruturado para retornar melhor e mais eficaz, pensado para ir muito além da transferência de renda e ser um caminho de melhoria de vida dos brasileiros que realmente precisam do benefício.
Ministério do Desenvolvimento Social em suas redes sociais
O novo Bolsa Família e os R$150 a mais
Ao longo de toda a campanha presidencial de 2022, Lula fazia duras críticas ao Auxílio Brasil, criado no final do terceiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim como diversos especialistas em políticas públicas, Lula dizia que o programa social era mal desenhado, impossibilitando a erradicação da miséria, que deveria ser o objetivo de um programa de transferência de renda. Por conta disso, ele defendia a reimplantação do Bolsa Família, que fez muito sucesso em seus dois primeiros mandatos.
Agora, após ter vencido as eleições, a ideia é manter os pagamentos mínimos de R$600 através do novo programa social e pagar os R$150 a mais para as famílias com crianças. No entanto, também deve ser aperfeiçoado o acompanhamento das famílias em temas relacionados a saúde e educação, por exemplo, com o objetivo de, além de repassar renda, também monitorar e ofertar oportunidades para que estas famílias deixem a situação de vulnerabilidade social em que se encontram.
Contudo, há um longo e difícil caminho até que o propósito seja alcançado, já que será necessário primeiro atualizar o Cadastro Único, que é o banco de dados usado pelo governo para armazenar as informações dessas famílias vulneráveis, e depois identificar e retirar do programa todos aqueles que nãos e encaixam nas regras para receber benefícios. A atualização cadastral ocorrerá em fevereiro, mas os bloqueios só acontecerão de fato em março, com o primeiro repasse do novo Bolsa Família.