Lula, Bolsonaro travam guerra de promessas com o Auxílio Brasil

Em um momento econômico tão difícil para os brasileiros, o Programa Auxílio Brasil deverá atender cerca de 20 milhões de famílias com R$600 a partir de agosto, se tornando um dos assuntos mais importantes na corrida eleitoral desse ano.

Por conta disso, o tema tem sido tratado frequentemente pelos dois candidatos mais bem avaliados pelas pesquisas até então, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), que se auto intitula o criador do antigo Bolsa Família, e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que rebatizou o programa para Auxílio Brasil.

Ambos os candidatos são atores antigos da política nacional e compreendem muito bem a importância de um programa de transferência de renda para as eleições, principalmente as presidenciais, e, por isso, trataram logo de fazer promessas sobre o assunto.

O Auxílio Brasil foi criado em novembro do ano passado para substituir o antigo Bolsa Família no atendimento as famílias em situação de vulnerabilidade social inscritas no Cadastro Único do governo federal, o CadÚnico.

Bolsonaro e o Auxílio Brasil

Bolsonaro sempre foi muito crítico a programas sociais como o Bolsa Família durante seus mandatos como parlamentar, mas a situação mudou quando o auge da pandemia em 2020 obrigou o governo a pagar o Auxílio Emergencial e o impopular presidente viu sua aprovação aumentar entre os mais pobres.

Após alguns meses os pagamentos deixaram de ser feitos e Bolsonaro voltou a enxergar seus níveis de rejeição aumentarem, juntamente com o preço dos alimentos, e, em novembro do ano passado, um programa de transferência de renda para chamar de seu passou a ser uma realidade no atual governo.

Recentemente, a menos de cem dias das eleições, o governo conseguiu aprovar junto ao Congresso o pagamento de R$600 até dezembro, e o presidente tem prometido desde então que, se reeleito, deverá manter os pagamentos de R$600, desde que o Congresso aprove uma outra proposta nesse sentido.

Lula também falou sobre o tema

Já o ex-presidente Lula, que carrega sobre si a fama de ter criado o Bolsa Família, ainda que o programa tenha sido a unificação de diversos benefícios criados no governo anterior, também se pronunciou dizendo que é necessário manter os pagamentos de R$600 em 2023.

Porém, internamente, os petistas sabem que o teto de gastos, que limita os gastos do governo ao valor gasto na ano anterior corrigido pela inflação, não deixa espaço orçamentário para manter os R$600 e admitem que se isso acontecer será necessário mexer na base do programa, excluindo beneficiários.

Entretanto, o assunto tende a render votos e, por isso, é muito vantajoso politicamente para ambos os candidatos se atacarem e fazerem promessas sobre o tema, ainda que a realidade orçamentária brasileira não seja tão compreensiva com discursos eleitorais populistas, sejam eles de esquerda ou de direita.

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